Parlamentares denunciam a cumplicidade do governo inglês com o genocídio de palestinos perpetrado por Israel
O parlamento inglês instalou um debate acerca de uma moção assinada por 100 mil conclamando o país a revogar toda a exportação de armas ou componentes para uso militar para Israel sob pena de seguir como cúmplice de um genocídio israelense que se desenrola à vista de todos.
Também chegou outra moção, desta vez assinada por 283 mil ingleses exigindo o reconhecimento do Estado da Palestina.
As informações do serviço médico em Gaza dão conta de que já passa de 45 mil o número de palestinos assassinados a tiro e bomba por Israel em 440 dias de chacina, “e o governo britânico tem sido cúmplice através do suprimento de armamento”.
“Eu sei que a história vai nos julgar por não fazer nda para parar com esse morticínio”, disse o deputado trabalhista John McDonnell.
Eu já estou quade esgotado, diz McDonnell, “de vir aqui toda semana para dizer que necessitamos de uma attitude do nosso governo”.
Entre as exportações que seguem curso normal estão componentes para caças F-35, que têm sido usados para jogar bombas de mais de uma tonelada sobre civis em Gaza.
O presidente do Comitê de Comércio do parlamento, Liam Byrne, denunciou que o ministro da Defesa, John Healey, disse, diante do Comitê, na semana passada, que seria “tecnicamente possível rastrear estes componentes, mas contratualmente impossível”.
Byrne destacou que a Corte Suprema inglesa alertou que a continuação de suprimento dos componentes possibilitaria a Israel seu uso para violar leis humanitárias internacionais.
“Agora nós temos o parecer da Corte Internacional de Justiça, temos os mandados de prisão do TPI e não vejo como o governo inglês pode, legalmente, defender uma posição que mantenha tais licenças de exportação de armas em vigor”, acrescentou Byrne.
Enquanto ocorriam os debates, os deputados Jeremy Corbyn (independente) e Carla Denya (Verdes) se juntaram a manifestantes diante do parlamento para estender uma faixa com a afirmação: “Parem de Armar Israel”
“Enquanto a opinião pública deixa claro, de forma clara e enfática, pelo fim de armas a Israel, este governo imoral parece se manter determinado a ignorá-la”, afirma declaração divulgada pela organização Stop the War (Parem a Guerra).