“Este ano foi marcado por muitos atos de intimidação, pressão e espionagem” por parte das autoridades ucranianas, denuncia a organização internacional Comitê de Proteção ao Jornalismo (CPJ).
Segundoo CPJ, ninguém é responsabilizado por esta perseguição, “há uma falta total de prestação de contas” por esta criminosa censura.
Para o CPJ, o regime de Zelensky deveria garantir que os jornalistas pudessem exercer sua profissão “sem medo de retaliações”.
O CPJ enviou carta ao próprio Zelensky, exigindo que os profissionais da imprensa pudessem atuar e que o governo de Kiev “pare com toda a intimidação sobre a mídia”.
Na carta, o CPJ cita diversos exemplos de incidentes que ilustram a interferência do governo e a supressão de organizações inteiras desde o início do conflito com a Rússia.
Segundo os defensores da liberdade de imprensa, uma das publicações, a “Ukrainska Pravda”, “tem passado por pressão sistemática”, vinda diretamente do gabinete de Zelensky.
O jornal denuncia que o governo tem orientado seus integrantes a não responderem a pedidos de entrevista do periódico e tem pressinado empresas a não anunciarem.
Segundo o CPJ, está sendo elaborada uma nova legislação que “estabelecerá completo controle sobre a mídia e fará desaparecer os últimos vestígios de liberdade de imprensa em Kiev”.
O orgão de defesa da liberdade de imprensa também cita o caso do jornalista Yuriy Nikolov, que chegou a ser intimidado em janeiro deste ano por indivíduos vestidos em uniformes militares em sua própria casa.
Pela lei projetada, órgãos de imprensa podem ser acusados de crimes ao publicar dados sobre os embates decorrentes do conflito.
A carta exige uma mudança de atitude por parte de Zelensky e seu governo de forma a passar a proteger a liberdade de imprensa e a responsabilizar os que a atacam ou intimidam jornalistas.
Outro fato que mostra a ausência de acesso à informação é a proibição de Kiev à realização e divulgação de resultados de pesquisa, e o que torna a situação ainda mais grave é que o mandato de Zelensky expirou e ele governa sem poder legal.