Bombardeio israelense a um veículo claramente marcado como imprensa, do canal Al Quds Today, que fazia cobertura diante do hospital Al Awda, no campo de refugiados de Al Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, assassinou cinco jornalistas na madrugada de quinta-feira (25).
Imagens da cena do hediondo crime de guerra que circulam nas redes sociais mostram um veículo envolto em chamas. Uma captura de tela mostra a palavra “imprensa” em grandes letras vermelhas na parte de trás da van.
Os jornalistas assassinados foram identificados como Fadi Hassouna, Ibrahim al-Sheikh Ali, Mohammed al-Ladah, Faisal Abu al-Qumsan e Ayman al-Jadi.
Testemunhas oculares relataram que um míssil disparado por uma aeronave israelense atingiu diretamente o veículo de transmissão externa, que estava em frente ao hospital, matando os jornalistas e destruindo o veículo.
Conforme comentário anexo a um dos vídeos do massacre, Israel pode “alegar qualquer coisa, menos que não sabia que eram jornalistas”.
Em um comunicado, o canal Al-Quds Today disse que os cinco foram mortos “enquanto cumpriam seu dever jornalístico e humanitário”, descrevendo o incidente como “um crime adicionado à série de crimes cometidos pela ocupação contra jornalistas palestinos”.
O Al-Quds Today também transmitiu um videoclipe mostrando seu fotógrafo no centro da Faixa de Gaza, Ayman Al-Jadi – um dos assassinados -, comemorando o nascimento de seu primeiro filho, poucas horas antes de sua morte.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos denunciou o massacre, que se soma aos quase 200 profissionais de imprensa mortos pelas tropas israelenses “na tentativa de obscurecer a verdade e sufocar a liberdade de expressão”.
O Sindicato sublinhou que o ataque aéreo contra uma van de transmissão de notícias constitui um crime de guerra de acordo com as convenções internacionais e uma violação flagrante dos direitos humanos e da liberdade de imprensa.
O Sindicato enfatizou que alvejar jornalistas é uma violação flagrante das leis internacionais e humanitárias, e é um crime de guerra adicionado à série de crimes de ocupação que sistematicamente alvejam jornalistas e profissionais da mídia.
Ele apelou à comunidade internacional e a todas as organizações preocupadas com direitos humanos para fornecer proteção urgente aos jornalistas palestinos e tomar medidas práticas para impedir esses crimes contra eles.
Ele também apelou às instituições de mídia internacionais para lançar luz sobre o sofrimento dos jornalistas palestinos e garantir que a ocupação não escape da punição. O Sindicato assinalou que a imprensa palestina continuará a realizar sua missão com determinação e resolução, apesar das tentativas contínuas da ocupação de impedi-la ou ameaçá-la.