Conquista foi anunciada pelo diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, em Moscou, Alexander Guíntsburg
A vacina contra o câncer desenvolvida pela Rússia será lançada já no próximo ano, prevê o diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, em Moscou, Alexander Guíntsburg.
Para o oncologista-chefe do Ministério da Saúde russo, Andrei Kaprin, cada dose da vacina – que demonstrou capacidade de suprimir o desenvolvimento de tumores e metástases em ensaios pré-clínicos – custará ao estado cerca de 300.000 rublos (3.000 dólares), mas “deveria ser gratuita” para os cidadãos.
Resultado do trabalho conjunto da Universidade de Ciência e Tecnologia Sirius, do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, e dos maiores centros de câncer russos, a vacina – que será criada individualmente para cada paciente, trabalhará com a formação genética de cada indivíduo.
No site do Centro Nacional de Pesquisa Médica do Ministério da Saúde da Rússia, há uma descrição de um parágrafo do trabalho dos pesquisadores russos informando que as “vacinas de mRNA personalizadas” serão baseadas na análise genética do tumor de cada pessoa em uma “plataforma de software única” para identificar as mutações oferecidas pela vacina, com componentes chamados de neoantígenos.
Conforme explicou o diretor do Centro Gamaleya, a vacina irá treinar o sistema imunitário do corpo humano para atacar as células malignas. Devido à vacina, aparecerão no corpo células que reconhecem proteínas estranhas, aderem ao tumor e liberam enzimas ativas. Algumas enzimas criarão buracos nas células afetadas, enquanto outras penetrarão através delas e destruirão as proteínas tumorais. Graças a este mecanismo, ressaltou, a inflamação não se inicia e não só o tumor é destruído, mas também as células que criam metástases.
Atualmente os testes são feitos em animais, mas a previsão é que em setembro de 2025 a vacina comece a ser usada em humanos. Guíntsburg lembrou que o desenvolvimento da descoberta começou em meados de 2022 por especialistas da mesma equipe que criou a Sputnik VI, a vacina russa pioneira contra a covid-19.
“Dentro de 10 a 15 anos, a humanidade também irá consequentemente ampliar a possibilidade de viver sem estas doenças”, comemorou Guíntsburg