Manifestantes se reuniram terça-feira (7), em frente ao edifício sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para exigir a libertação, por parte de Israel, do destacado médico palestino Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan.
Os ativistas, na sua maioria trabalhadores da saúde, também entoaram slogans condenando o genocídio de Israel em Gaza e os ataques às instalações de saúde e ao seu pessoal, e carregavam bandeiras e faixas palestinas, destacou a Sky News.
O Dr. Abu Safiya, diretor do principal centro de saúde no norte de Gaza, foi sequestrado pelas forças israelenses, juntamente com outros trabalhadores da saúde, durante uma operação na instituição em dezembro passado, quando em um criminoso ataque de tanques e quadricópteros, os genocidas israelenses lançaram investidas simultâneas com mísseis e dispararam munição real contra as áreas adjacentes ao hospital Kamal Adwan, incendiando boa parte desse que é o maior hospital da área e atende mais de 400 mil cidadãos, informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
MÉDICOS E HOSPITAIS SÃO PROTEGIDOS PELO DIREITO INTERNACIONAL
A organização Médicos pelos Direitos Humanos-Israel (PHRI) declarou que o exército israelense se recusa a permitir que o Dr. Hussam se encontre com um advogado para avaliar seu estado e condições de detenção. “Apesar de nossos pedidos urgentes para enviar um advogado, o exército diz que está impedido de fazer visitas de advogado até o dia 10/12”, assinalaram.
As tropas invasoras israelenses também continuam a reter informações sobre o local do cativeiro do dr. Abu Safiya, apesar de terem retirado sua alegação anterior de que ele não está detido, disse o PHRI em uma publicação no X.
O PHRI enfatizou que os profissionais médicos são protegidos pelo direito internacional humanitário. “E há uma razão para isso, que é que se você ataca profissionais de saúde, você ataca uma sociedade inteira, você ataca civis que precisam de atenção médica, pessoas com doenças crônicas e pessoas com ferimentos.”
“Nossos números dizem que há mais de 20.000 pessoas esperando por evacuações médicas urgentes. O motivo é que não há um sistema de saúde ativo em Gaza e centenas de profissionais médicos perderam a capacidade de cuidar de seu povo”, disse o PHRI.
1.069 TRABALHADORES DA SAÚDE FORAM MORTOS EM GAZA
Vale ressaltar que mais de 1.060 trabalhadores do setor da saúde na Faixa de Gaza foram mortos desde o início da agressão, em 7 de outubro de 2023, enquanto mais de 310 foram presos, centenas ficaram feridos e cerca de 130 ambulâncias foram destruídas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Na terça-feira, fontes médicas anunciaram que o número de mortos na Faixa de Gaza atingiu 45.885, principalmente crianças e mulheres, desde o início da agressão da ocupação israelense em outubro de 2023.
As mesmas fontes acrescentam que o número de feridos subiu para 109.196 desde o início da agressão, enquanto milhares de vítimas permanecem sob escombros.
As forças ocupantes cometeram três massacres contra famílias na Faixa de Gaza, dos quais 31 chegaram a hospitais e 57 ficaram feridos nas últimas 24 horas.
CRIANÇAS MORREM POR HIPOTERMIA
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou na terça-feira (7), a morte de sete crianças em Gaza devido ao frio e insistiu em um cessar fogo urgente naquele território.
“Pelo menos sete recém-nascidos morreram por hipotermia em Gaza em dezembro e muitos mais estão em perigo”, advertiu o dirigente da OMS.
“Todas as crianças merecem um começo saudável e seguro na vida, mas em Gaza estão pagando o preço da guerra com suas próprias vidas. Cessar-fogo!, exigiu Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS organização alertou que “à medida que as temperaturas caem em Gaza, as fortes chuvas e o clima frio tornam mais difícil a sobrevivência das famílias deslocadas”.
Nas últimas horas, a Agência de Obras Públicas e Socorro das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) também questionou a morte das crianças.
O clima e a falta de refúgio estão provocando a morte de recém nascidos em Gaza, advertiu a organização e destacou que cerca de sete mil 700 recém nascidos carecem de atenção médica, necessária para lhes salvar a vida.
CONDIÇÕES HUMANITÁRIAS CATASTRÓFICAS
Há três semanas, o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) ressaltou que um milhão de palestinos estão ameaçados pela vinda do inverno devido às carências materiais e aos refúgios inadequados para enfrentar o frio.
Pelo menos 101 locais que abrigam no total mais de 450 mil refugiados são propensos às inundações, sublinhou o NRC.
O Conselho destacou que os deslocamentos repetidos obrigaram as famílias a deixar para trás os materiais essenciais.
E muitas tendas e suprimentos fornecidos por agências humanitárias estão agora inutilizáveis devido ao desgaste, precisou.
Por sua vez, o Serviço de Defesa Civil de Gaza confirmou que “as catastróficas condições humanitárias levaram cerca de dois milhões de deslocados a viver em tendas desgastadas que não atendem as necessidades mínimas para uma vida digna e não protegem contra o frio”.