Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que acionará comissão de ética do PT, após fala do vice-presidente do partido
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, criticou o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, por ter recebido familiares de Domingos e Chiquinho Brazão, suspeitos de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco, e o motorista Anderson Torres.
O dirigente do PT, partido ao qual Anielle é filiada, ainda publicou imagens do encontro nas redes sociais e fez um texto em defesa dos irmãos Brazão.
“Li todo o processo e NÃO HÁ SEQUER UMA prova contra eles!”, afirmou trecho publicado pelo vice-presidente do PT. Eu podia me calar e não me expor para defender alguém que já foi condenado pela mídia. Mas não posso fazer isso! Não sou um rato que se esconde no esgoto para fugir da luz. Eu tenho honra e não vou trocar a verdade por medo de prejuízos de imagem”, escreveu Quaquá.
Anielle Franco fez uma publicação sobre o caso e disse que o texto em defesa dos irmãos Brazão foi um desrespeito à memória de Marielle Franco. “Inacreditável. Darei entrada na comissão de ética do partido para tirar o nome da minha irmã da boca do dirigente que não sabe respeitá-la”, publicou a ministra.
INVESTIGAÇÕES
As investigações da Polícia Federal apontam que os irmãos encomendaram a morte de Marielle por causa de disputas territoriais na Zona Oeste do Rio. Chiquinho e Domingos estão presos preventivamente na penitenciária federal em Porto Velho.
Ainda segundo as investigações, o assassinato de Marielle estaria relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.
As informações de que os irmãos Brazão encomendaram a morte de Marielle Franco constam na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso de realizar os disparos de arma de fogo contra a então vereadora.