Alta chega até a dois pontos percentuais
Na esteira dos aumentos da taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 12,25%, a Caixa Econômica Federal passou a praticar juros mais altos para o financiamento de imóveis a partir de 2025.
No dia 2 de janeiro, a instituição elevou as taxas para novos contratos entre 1 e 2 pontos percentuais e informou em nota que realizou uma análise de fatores “mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito” para definir o aumento.
As duas principais modalidades de financiamento imobiliário passaram a ter taxas maiores. A linha corrigida pela Taxa Referencial (TR) era de 8,99% ao ano mais a TR, que é a média dos juros praticados pelos principais bancos, calculada pelo BC. A partir de 2025, passou a ser 9,99% ao ano para imóveis de até R$ 1,5 milhão. Para imóveis com valores superiores, a taxa chega a 12% ao ano.
A linha de crédito cuja referência é a Poupança, subiu de 3,10% para 3,99% ao ano, mais a remuneração da poupança, aumentou para 4,12% a 5,06% ao ano.
As linhas de crédito do Minha Casa Minha Vida não tiveram alteração nas taxas.
Uma simulação feita pelo G1 demonstra que, com as novas taxas, a parcela mensal de um financiamento de imóvel de R$ 500 mil por 30 anos ficará R$ 562,71 mais cara pela Taxa Referencial. No caso do crédito via Poupança caixa, o comprador vai ter que desembolsar, para financiar o mesmo imóvel em 30 anos, R$ 59,6 mil a mais.
Segundo a a advogada Daniele Akamine, especialista em mercado imobiliário, a cada elevação de 1 ponto percentual (p.p.) nos juros de financiamento imobiliário, 300 mil famílias deixam de conseguir comprar um imóvel.
A Caixa Econômica Federal pratica taxas de juros de financiamento imobiliário menores do que os demais bancos. Com a Selic no patamar atual e a promessa do BC de que elevará a taxa para 15% ao ano, os maiores bancos privados do país – Itaú, Bradesco e Santander – já elevaram suas taxas para crédito imobiliário e demais operações no final do ano passado.
Além da Selic, o aumento do saque da caderneta de poupança, também contribui para enxugar o estoque de dinheiro disponível para financiamento imobiliário, de onde vem os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Segundo dados do Banco Central (BC), as retiradas de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões em todo ano de 2024.