Coube ao primeiro-ministro do Qatar anunciar o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Pelo acordo serão liberados mais de 1.000 prisioneiros palestinos e devolvidos israelenses, mantidos pelo Hamas em Gaza, a seus lares
Ministro israelense Ben-Gvir confessa que governo de Netanyahu torpedeou o acordo de cessar-fogo durante um ano
Coube ao primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, anunciar o acordo de cessar-fogo, entre Israel e Hamas, alcançado nesta quarta-feira (15) à noite, horário do Qatar.
Segundo Al Thani, o acordo prevê sua realização em diversas fases e a liberação de reféns israelenses detidos em Gaza deve ser paulatina e começar no domingo, assim como a liberação dos prisioneiros palestinos que deve chegar a 1.000 dos cerca de 10.000 hoje detidos em campos de concentração israelenses.
O acordo é anunciado após um clamor mundial que levou multidões por todo o planeta (com dezenas de atos, palestras e atividades nas ruas, sindicatos e universidades do Brasil) às ruas exigindo do regime de Netanyahu que pare o genocídio que já assassinou mais de 46 mil palestinos segundo autoridades locais de Gaza e a mais de 65 mil de acordo com avaliações divulgadas pela revista médica inglesa The Lancet.
Entre as fases do acordo anunciada, os primeiros 33 israelenses (principalmente mulheres, jovens e crianças e idosos) serão liberados passo a passo durante um período de 42 dias.
A circulação de palestinos dentro da Faixa de Gaza será liberada.
No 16º dia do cessar-fogo, devem ser retomadas negociações para a implementação da segunda fase do acordo que consistira na libertação de mais 65 reféns (atingindo os 98 agora em Gaza).
Pelo acordo, Israel retirara suas tropas de toda a Faixa de Gaza, permanecendo em uma faixa de 1 quilômetro dentro de Gaza e a partir daí poderá, retomar o retorno dos israelenses a suas casas situadas na fronteira de Israel com Gaza.
Já na fase final dos entendimentos para o fechamento do acordo, com multidões nas ruas de Israel exigindo sua assinatura, o ministro da Segurança Nacional, Bem-Gvir admitiu que ajudou a sabotar, pelo lado israelense, o acordo de cessar fogo por um ano, desmentindo as alegações de Netanyahu, que jogavam a responsabilidade no Hamas por não ter havido o cessar-fogo durante os mais 460 dias de massacre.
Revelando seu intuito de prosseguir no extermínio do povo palestino, Smotrich, o ministro das Finanças de Israel, tenta impedir sua realização até o último minuto, chamando o acordo de cessar-fogo de “catastrófico”.
Na tentativa de encobrir sua cumplicidade com o genocídio, quando enviou bilhões de dólares em bombas para matar palestinos às dezenas de milhares, Biden, declarou que o acordo está “na exata formatação” que ele “propôs em maio” do ano passado.
A liberação dos israelenses se dará progressivamente, sendo três no primeiro dia, e mais quarto no quarto dia do cessar-fogo. Seguirão sendo devolvidos de três em três, à medida em que o cessar-fogo for se mantendo.
Em um dos últimos movimentos pela assinatura do acordo, Israel forneceu ao Hamas os mapas apresentando a sequência da retirada de suas tropas da Faixa de Gaza.
Participaram, no Qatar, das etapas finais da negociação, junto a delegação do Hamas, representantes da Frente Popular de Libertação da Palestina e da organização de resistência Jihad Lslâmica.
As declarações do Qatar, foram seguidas de confirmação pelo governo egípcio que especificou de tropas israelenses já começando a se retirar, particularmente do corredor Salah A Din, no centro de Gaza.
O presidente do Egito, Abdel Fatah Al-Sissi, saudou o acordo e ressaltou a necessidade urgente de envio rápido de ajuda humanitária à população palestina de Gaza. Ele destacou sua esperança de que o acordo seja um primeiro passo para uma paz prolongada que beneficie os israelenses e palestinos>
O acordo, cujos termos já estão nas mãos de Israel, deve ser aprovado pelo gabinete ministerial israelense até quinta-feira.
Israelenses estão saindo à ruas do país para celebrar o cessar-fogo.