Em janeiro de 2025, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 1,0 ponto, ficando em 49,1 pontos, saindo do estado de neutralidade, em dezembro, para um estado de falta de confiança, neste mês.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), responsável pelo indicador, esse é o quarto mês consecutivo de recuo no ICEI, que acumula uma perda de 4,3 pontos desde setembro de 2024.
A confiança do empresário está abaixo da média pela primeira vez nos últimos 20 meses, puxada pelo índice de Condições Atuais, que recuou 2,3 pontos, ficando em 44,2 pontos em janeiro deste ano – um reflexo do aumento dos juros base da economia (Selic) pelo Banco Central (BC).
A entidade destaca em seu relatório, divulgado na última quinta-feira (18), que “a avaliação dos empresários é que as condições atuais da economia brasileira e de suas próprias empresas se tornaram mais negativas na comparação com os seis meses anteriores”.
A CNI consultou 1.232 empresas, entre os dias 7 e 13 de janeiro deste ano, sendo, portanto, somente em duas semanas do mês.
Menos confiantes com a economia, os empresários passam a investir menos, ou nada em produção e na contratação de novos trabalhadores, à espera de boas notícias sobre o cenário econômico.
Neste sentido, em novembro de 2024, a produção industrial do Brasil recuou 0,6% segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a segunda queda mensal consecutiva da produção fabril – em outubro, recuo de 0,2%. Desta forma, o setor acumula perda de 0,8% no período.
O resultado de novembro foi influenciado pela queda na indústria de transformação (-1,0%), responsável por 85% da indústria brasileira. Mais sensível às taxas de juros e condições de crédito no país, a produção deste ramo da indústria reflete principalmente a política monetária do BC, que via o aumento dos juros básicos (Selic), desestimulando os investimentos produtivos, além do consumo de bens e serviços no Brasil.
Desde setembro o BC vem elevando o nível da taxa Selic, que subiu de 10,5% para 12,25%, entre os encontros do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, ocorridos de setembro a dezembro de 2024.
Na última ata da reunião do Copom que culminou no aumento de 1 ponto percentual, fixando a Selic em 12,25%, os diretores do Copom acenaram ao mercado financeiro que o aperto monetário será intensificado, com mais dois aumentos de 1 ponto na Selic, nas próximas duas reuniões do colegiado, que ocorrerão entre janeiro e março do deste ano.
Desta forma, o Índice de Expectativas com o futuro da economia também piorou. Conforme divulgou a CNI, o índice recuou 0,4 ponto, alocando-se agora nos 51,5 pontos. Em janeiro de 2024, ele estava em 55,7 pontos. Quando o índice está acima dos 50 pontos, significa que os empresários estão confiantes com os rumos da economia.
No entanto, a CNI ressalta que “as expectativas sobre os próximos seis meses da economia brasileira se tornaram mais negativas, enquanto o otimismo dos empresários acerca dos próximos seis meses de suas empresas se reduziu”, afirma a entidade.