Yoon Suk Yeol, que foi derrotado nas eleições mais recentes, governou para atender a Washington na sua sanha anti-China e atuou destruindo qualquer perspectiva de entendimento com a República Popular da Coreia, ao Norte
A Justiça da Coreia do Sul prorrogou no domingo (19) a prisão do presidente afastado Yoon Suk Yeol por 20 dias, por considerar que ele poderia destruir provas, após uma audiência no sábado que durou cinco horas sobre a tentativa de autogolpe em dezembro, com decretação de lei marcial e fechamento da Assembleia Nacional, sob o pretexto de “proteger o país dos comunistas e dos norte-coreanos”.
Assim, Yoon, como determina o código penal do país, terá de tirar a foto, ‘tocar piano’ com as digitais e usar uniforme de presidiário. A última vez que a Coreia do Sul estivera sob lei marcial havia sido em 1979, durante a ditadura militar pró-americana.
Yoon, um promotor que vencera a eleição de 2022 com uma plataforma anticorrupção e de extrema-direita pela diferença mínima de 0,7% dos votos, sofrera uma contundente derrota nas eleições intermediárias de 2024, com a oposição do Partido Democrático passando a controlar o parlamento.
O que expressou a repulsa da maioria da população à sua política de empurrar o Sul para a ‘Otan asiática’ (operações militares conjuntas EUA-Seul-Japão), para atender Washington na sua sanha anti-China, e destruindo qualquer perspectiva de entendimento com o Norte.
Ocupada e pilhada pelos imperialistas japoneses por quase meio século, na Coreia é enorme ainda hoje o ressentimento com o que os fascistas perpetraram na época; o Japão jamais pediu desculpas por seus crimes e até hoje se nega até mesmo a indenizar idosos, à beira da morte, que foram escravos nas fábricas japonesas no tempo de guerra.
Os deputados acorreram à Assembleia Nacional, não se intimidaram com o cerco das tropas e derrubaram no voto a lei marcial, forçando Yoon ao recuo. Depois, a Assembleia Nacional aprovou a abertura de processo de impeachment, e o golpista foi afastado, e está correndo o prazo de 180 dias para a corte constitucional se pronunciar. Na votação, dois milhões de sul-coreanos cercaram o parlamento em apoio ao impeachment.
Yoon era um bajulador dos EUA sem limites, a ponto de cometer o ridículo de, em “visita de Estado” a Washington, ter cantado para Biden “American Pie” na Casa Branca.
Os principais cúmplices no golpe já estão presos: o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, o chefe do Comando de Contrainteligência da Defesa Yeo In-hyeong e o chefe do Comando de Defesa da Capital Lee Jin-woo. Bate-paus a soldo de Yoon impediram durante dias que o mandado de prisão contra o golpista fosse executado, cercando com barricadas sua residência, mas também ele acabou preso.
Após a decisão de manter a prisão por 20 dias para impedir que Yoon destrua provas ou fabrique depoimentos, arruaceiros depredaram o tribunal, até serem contidos pela polícia. 46 foram detidos.