Enquanto o Hamas cumpriu o acordo e liberou as israelenses sob sua custódia perto das 19:00 do domingo, dia 19 (hora local), os presos palestinos e seus familiares tiveram de esperar até mais de 1:00 da madrugada da segunda-feira (20) para serem embarcados no ônibus do serviço prisional de Ofer em direção às cidades palestinas da Cisjordânia.
Os 90 presos liberados no início desta segunda-feira (20) fazem parte do acordo de cessar-fogo que estabelece a libertação – ao longo de mais de 40 dias – dos reféns israelenses sob custódia em Gaza e de cerca de 2.000 dos perto de 7.000 presos palestinos detidos nos cárceres que aprisionam os palestinos que lutam contra a ocupação e usurpação de seus territórios (particularmente na Cisjordânia palestina).
O cessar-fogo – cuja entrada em vigor estava prevista para as 8:30 da manhã deste domingo – foi atrasada em três horas, durante as quais as forças fascistas de Netanyahu seguiram bombardeando Gaza e “os sedentos de sangue”, como o Hamas designa as tropas de Israel, mataram mais 19 palestinos no próprio dia de cessar-fogo que só entrou em vigor perto das 11:30.
O sentimento de vitória sobre a ocupação fez com que os palestinos de Gaza, apesar das perdas em casas e objetos e em vidas de entes queridos, tomassem as ruas com bandeiras palestinas a celebrar a suspensão do massacre.
No entanto, na Cisjordânia e em Jerusalém as tropas israelenses ameaçaram os parentes dos presos, antes de sua libertação para restringir a celebração da vitória que é essa significativa libertação de presos palestinos.
DITADURA DE NETANYAHU PROÍBE CELEBRAÇÃO DA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS PALESTINOS
Na tentativa de abafar o atestado de vitória que se evidencia com a recepção dos presos políticos palestinos pelos amigos e familiares, as forças israelenses da ocupação ameaçaram extensamente a população a não comemorar a libertação dos presos palestinos.
Entre as restrições, soldados israelenses entraram em casas palestinas no domingo para dizer aos familitares dos presos que não se aproximassem dos veículos com os presos.
Além disso as lojas próximas à prisão de Offer – último estágio e local de onde os presos estão sendo liberados – tiveram de fechar as portas para diminuir a aglomeração.
Ao final do dia de domingo, familiares que se concentravam perto de Offer foram espancados e afastados do local por bombas de gás lacrimogêneo.
Jornalistas do portal Middle East Eye (MEE) contactaram uma família de preso, no bairro de Silwan, na Jerusalém árabe ocupada, para que dessem entrevista e foram informados de que a família foi visitada e proibida de falar com a imprensa.
A polícia israelense – informa o MEE – invadiu diversas casas de presas em Jerusalém para ameaçar que bastaria erguerem bandeiras palestinas diante de suas casas para comprometerem a libertação de suas familiares.
Outra medida é a escolta policial israelense do ônibus com os presos, e ainda com as janelas do ônibus cobertas com filme preto para evitar fotos do seu interior.