“Nós precisamos legitimar o ministro da Fazenda. Precisamos de um ministro da Fazenda forte”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban. “Por que não endurecer o próprio arcabouço fiscal e perseguir um crescimento das despesas ainda menor?”, indagou.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, exige mais apoio do governo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento que reúne “investidores” e autoridades de Estado, na cidade de Zurique, na Suíça, nesta quinta-feira (23).
“Eu enxergo o ministro Haddad muito determinado a seguir, a perseverar e a perseguir o equilíbrio das finanças. Se aqui e ali ele tem encontrado, eu acho que tem mesmo, alguma resistência no próprio governo, ou no partido, a principal do governo ou nos dois, eu penso que ele terá como tem tido habilidade para essa situação”, declarou declarou o presidente da Febraban, ao ser questionado sobre a resistência do presidente Lula às propostas de Fernando Haddad.
“Nós precisamos, o precisa Brasil, legitimar o ministro da Fazenda. Nós precisamos de um ministro da Fazenda forte” acrescentou o banqueiro Isaac Sidney, durante o “Brazil Economic Forum”, evento organizado pelo LIDE,
O dirigente da Febraban insistiu no aprofundamento das medidas contracionistas. “Certo é que teremos de avançar mais algumas importantes casas no tabuleiro fiscal brasileiro”, declarou, referindo-se a cortes de verbas orçamentárias e da retirada de direitos sociais.
“Está claro que a política de recomposição das receitas se esgotou e é preciso direcionar todos os esforços no sentido de uma maior contenção dos gastos”, reforçou o presidente da entidade que representa o Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, BTG Pactual, entre outros bancos.
Em seu discurso, Isaac Sidney também defendeu que o ministro da Fazenda deveria perseguir um teto de crescimento das despesas menor que o atual limite de 2,5% de crescimento real. Na sua visão, o governo deve reduzir fortemente as regras de indexação das despesas no Brasil, descontinuar políticas públicas e avançar em outras reformas administrativas.
“Nós precisamos diminuir fortemente, reduzir fortemente as regras de indexação das despesas no Brasil”, defendeu. “Nós precisamos descontinuar políticas públicas que são ineficientes. Nós precisamos avançar em outras reformas administrativas, que não se fala mais no Brasil”, reclamou Sidney.
“Mas penso que poderíamos ir além”, segue o presidente da Febraban. “Por que não endurecer o próprio arcabouço fiscal e perseguir um crescimento das despesas ainda menor. A previsão do arcabouço fiscal prevê um crescimento de até 2,5% do PIB. Por que não algo mais modesto em termos de crescimento das despesas?”, questionou. “Fizemos agora a pouco um pacote fiscal, mas todos sabemos que precisamos ir além para alterar o quadro atual da trajetória de endividamento”, defendeu Isaac Sidney.