Montante é R$ 232,1 bilhões a mais do que foi gasto em 2023 (R$ 718,3 bilhões). A cada ponto percentual de aumento da Selic, o governo gasta mais R$ 53,6 bilhões ao ano
Em 2024, o gasto do setor público (União, Estados/municípios e estatais) com o pagamento de juros atingiu a soma de R$ 950,4 bilhões (8,05% do PIB), uma consequência da retomada do ciclo de aumento da taxa Selic (juros base da economia) pelo Banco Central (BC). Os números são do relatório de “Estatísticas Fiscais” do BC, divulgado nesta sexta-feira (31). O montante é R$ 232,1 bilhões a mais do que foi gasto em 2023 (R$ 718,3 bilhões).
Com o gasto financeiro livre de qualquer controle, a dívida bruta do governo atingiu R$ 9,0 trilhões em 2024, o que corresponde a 76,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Uma alta de 2,2 pontos percentuais (p.p) em relação ao ano de 2023.
Já a dívida líquida do setor público atingiu 61,1% do PIB (R$7,2 trilhões) em 2024, com a elevação anual de 0,7 p.p. do PIB. Conforme o BC, também “contribuíram para esse resultado, os juros nominais apropriados (+8,0 p.p.)”.
Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu aumentar o nível da Selic (taxa de juros básica) em mais 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano. Com essa alta, os gastos do Estado Brasileiro foram elevados em 53,6 bilhões, de acordo com a estimativa do próprio BC, considerando a variação mantida por 12 meses. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic atinja – no mínimo – 15% no final deste ano.
Desde setembro de 2024, este é o quarto aumento consecutivo da taxa nominal de juros. Ele foi aprovado por unanimidade pela diretoria do BC, já presidida por Gabriel Galípolo. Além de aumentar os juros na reunião que terminou na noite da última quarta-feira (29), o Copom sinalizou ao mercado financeiro que irá realizar um novo aumento de 1 ponto na Selic na próxima reunião do colegiado, que ocorre em março deste ano.