Se pudessem, os dois moravam em Miami, vendiam seus países, trocavam de bandeiras e não saíam da Disneylândia
Está ocorrendo atualmente uma competição bizarra entre os grupos de fascistas que vagueiam pelo Brasil, ou seja, a família Bolsonaro & agregados, e os seus homólogos argentinos. Jair Bolsonaro e Javier Milei estão numa disputa acirrada pelo troféu de campeão da bajulação de Donald Trump. Cada um quer ser mais puxa-saco de Trump do que o outro.
BEIJA MÃO DE TRUMP
Milei saiu na frente na disputa. Foi um dos raríssimos chefes de Estado que se deslocaram até Washington para a esvaziada cerimônia de “beija mão” na posse de Trump. O “mito” até que tentou também, mas não conseguiu. Queria tirar uma self com o “guru”, mas foi impedido. Como não pode ir, mandou mulher e filho para tietar Trump em seu lugar. Nem isso deu certo, o dois foram barrados na festa.
Em seguida, assim que Trump deu início à operação de limpeza étnica nos EUA, prendendo e acorrentando imigrantes para expulsá-los do país, Bolsonaro aplaudiu a humilhação aos brasileiros, que chegaram algemados no país, e disse que apoia Trump. Afirmou que, “se fosse eu, faria o mesmo”.
Milei, de novo, não quis ficar atrás. Imediatamente saiu a campo macaqueando o “chefe” e anunciou que também vai mandar subir muros contra a imigração – igual ao do México – só que nas fronteiras da Argentina com a Bolívia e da Argentina com o Brasil. Mais serviçal do que isso é impossível.
XENÓFOBO E RACISTA
Quais são as diferenças entre Trump e seus dois puxa-sacos? Trump é um xenófobo, expansionista, prepotente, arrogante e racista. Mesmo antes da posse, ele ameaçou invadir o Panamá, anexar a Groenlândia e provocou o México e o Canadá. Já os dois fascistinhas não passam de vassalos e serviçais do império. Fazem de tudo para agradar e chamar a atenção de Trump. Se pudessem, transformavam seus países no 51º e no 52º estado americano.
Milei, por exemplo, não tem o menor escrúpulo em ser um traidor de seu povo. Ele simplesmente quer acabar com o peso argentino e adotar o dólar americano como a moeda oficial de seu país. Promete a Trump torpedear o Mercosul e acaba de fechar a Administração de Portos para colocar o controle da navegação argentina nas mãos dos Estados Unidos.
Bolsonaro é outro. Cinicamente usava o “verde e amarelo”, mas sua continência era para a bandeira americana. Vivia adulando o império, elogiando a CIA, o Pentágono, etc. Queria porque queria entregar a Petrobrás. Acabou esquartejando-a para vendê-la em fatias. Privatizou a Eletrobrás, leiloou refinarias, a BR Distribuidora, os gasodutos, etc. Tudo foi entregue a grupos privados e fundos americanos. Até o controle do espaço aéreo da Amazônia o vassalo queria entregar ao bilionário nazista Elon Musk.
OLIGARQUIA FINANCEIRA
A oligarquia financeira decrépita – e em crise – é quem está por trás desses marginais da política. Ela açula os fascistas a implantar, como disse o estadista búlgaro George Dimitrov, uma “ditadura abertamente terrorista dos elementos mais reacionários, mais chauvinistas e mais imperialistas do capital financeiro”. Fazem isso porque estão em crise e apavorados. Trump é o retrato da degeneração política, econômica, social e moral dos Estados Unidos.
O fato é que a atual crise americana está muito grave e os EUA estão fraturados e afundando rapidamente. A decadência é geral. A economia do país está estagnada e o único setor da economia real que aparenta funcionar, o setor de TI, na verdade, está sentado em cima de uma bolha especulativa gigante, prestes a estourar a qualquer momento. A Casa Branca vem perdendo a hegemonia mundial em todos os sentidos e está correndo atrás do prejuízo, querendo segurá-la a todo custo.
CAIXÃO SEM ALÇA
Por outro lado, a economia da China está a todo vapor e o gigante asiático se desenvolve aceleradamente. A ciência chinesa faz prodígios dia após dia. Os chineses estão vencendo a batalha tecnológica e econômica e transformando-se na fábrica do mundo. O retrato disso foi o recente estrago causado pela pequenina e inovadora DeepSeek nos gigantes mastodônticos do Vale do Silício.
E, por fim, a aliança estratégica entre China e Rússia está cada vez mais forte. Uma potência econômica e uma potência militar juntas e em defesa da paz. Com isso tudo, o mundo vê cada vez mais abrir-se diante de seus olhos o caminho para um novo mundo, multipolar, onde se possa viver em paz e com um desenvolvimento compartilhado por todos. Bolsonaro e Milei, portanto, parecem que entraram numa fria ao segurar o caixão pesado e sem alça de Donald Trump.
SÉRGIO CRUZ