A situação financeira das pequenas indústrias piorou com a retomada do aumento dos juros pelo Banco Central (BC), é o que revela a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta segunda-feira (3).
Conforme a entidade, o nível do Panorama da Pequena Indústria (PPI) – índice que mede a situação financeira das indústrias de pequeno porte – recuou de 42,8 para 42 pontos na passagem do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2024. O indicador considera, entre outras coisas, a avaliação dos entrevistados sobre margem de lucro operacional e facilidade de acesso ao crédito.
De acordo com a entidade, a alta taxa de juros foi o problema que mais cresceu na avaliação dos empresários, principalmente das pequenas indústrias de construção, entre o terceiro e o quarto trimestre de 2024.
A CNI calcula o desempenho da pequena indústria a partir de uma ponderação entre volume de produção, número de empregados e utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual.
No 3º trimestre do ano passado, os juros elevados estavam na terceira posição do ranking das principais preocupações da indústria, citada por 24,2% das empresas. “Esse percentual saltou para 34,7%, no 4º trimestre, levando o problema para a primeira posição da lista”, afirma a CNI, em nota.
Ao todo, a taxa Selic (taxa básica de juros da economia) foi elevada em 2,75 pontos percentuais, como resultado das quatro últimas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que ocorreram entre setembro de 2024 a janeiro de 2025.
Com a Selic em 13,25%, o juro real disparou para 9,18% (descontada a inflação), colocando o Brasil na primeira colocação com os maior juro real do planeta. Conforme o site MoneYou, responsável pelo ranking mundial de juros reais, a média geral de juros, entre os 40 países pesquisados, está em 1,26%, sendo que em 12 países com taxas de juro reais negativas e outros 19 países com taxas abaixo de 2% ao ano.