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Autor de pérolas como “Ai, Que Saudade D’Ocê” e do espetáculo “Cantoria” faleceu na quinta-feira (6), aos 82 anos
O cantor e compositor paraibano Vital Farias faleceu na quinta-feira (6), aos 82 anos, deixando um extenso legado para a música brasileira.
Autor de pérolas como “Ai, Que Saudade D’Ocê”, eternizada na voz de Elba Ramalho, e “Veja (Margarida)”, interpretada por Geraldo Azevedo, Vital Farias fez parte de movimentos musicais essenciais para a cultura brasileira. Entre suas contribuições, destacam-se a participação, na década de 70, no musical “Gota d’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, e no espetáculo “Cantoria”, que elevou a cultura nordestina a um patamar de reconhecimento nacional.
O espetáculo “Cantoria”, que reuniu no palco, além de Vital Farias, os músicos e compositores Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai, foi apresentado pela primeira vez em 1984. O projeto tornou-se um marco do cancioneiro nordestino, sendo um dos primeiros álbuns ao vivo gravados em sistema digital. O show percorreu o Brasil e gerou dois discos ao vivo, lançados em 1984 e 1988.
Para o violonista e arranjador João Omar, filho de Elomar, o “Cantoria” foi um verdadeiro “encontro de trovadores do sertão”.
“O nosso coração fica muito triste com a notícia da perda do Vital Farias. Ele era um verdadeiro símbolo da nossa música popular brasileira”, afirmou Marcus Alves, diretor-executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), órgão equivalente à secretaria de cultura na capital paraibana.
“Perdemos uma pessoa muito importante, que marcou diversas gerações. No entanto, ele deixa uma grande contribuição em nossa memória afetiva. Quantas pessoas não têm uma lembrança especial ligada às suas grandes músicas?”, completou Marcus Alves.
Nascido no município de Taperoá, na Paraíba, Vital Farias era o caçula de uma família de 14 irmãos. Aos 18 anos, mudou-se para João Pessoa, onde se apaixonou pelo violão, instrumento que aprendeu a tocar sozinho. Ele deixa dez filhos de diferentes relacionamentos, seis netos e duas bisnetas.
Na década de 70, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Música, mas nunca abandonou suas raízes nordestinas, como demonstra sua bela e rica trajetória artística.