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É o maior lucro bancário da história do país. Somente no quarto trimestre do ano passado, lucro recorde foi de R$ 10,9 bilhões
O Itaú Unibanco fechou o ano de 2024 com um lucro líquido recorrente de R$ 41,4 bilhões, um crescimento de 16,2% em relação a 2023. Conforme divulgou o banco, na quinta-feira (6), somente no quarto trimestre de 2024, o lucro recorde foi de R$ 10,9 bilhões. Este é o maior lucro bancário da história do país.
A alta lucratividade ocorre em um ano marcado pela retomada do aumento da Selic (taxa base de juros da economia) do Banco Central (BC), mas também por cortes dos investimentos públicos, que estão sendo desviados, na prática, para o pagamento dos juros da dívida pública, que bateu o recorde de R$ 950,4 bilhões (8,05% do PIB) em 2024.
O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, afirma que o banco nunca esteve tão bem como agora. O banco projeta que a taxa Selic termine este ano em 15,75% ao ano. Hoje a Selic está em 13,25%.
“O banco nunca esteve tão bem para entrar em um cenário, qualquer que seja ele”, comentou Maluhy em coletiva de imprensa.
Com o BC elevando os juros base desde setembro de 2024, os indicadores econômicos do país passaram a derreter, com os economistas projetando recessão econômica a partir do segundo trimestre de 2025.
Do lado da indústria, a produção nacional recuou em -0,2% no mês de outubro, depois caiu -0,7% em novembro e ficou -0,3% em baixa em dezembro de 2024, conforme dados do IBGE.
Já as vendas do comércio varejista brasileiro, segundo os dados disponibilizados até agora, houve queda de 0,4% em novembro frente a outubro, enquanto o volume de serviços prestados no país recuou 0,9% na mesma base de comparação.
Do lado da demanda, juros mais elevados encarecem o crédito, afastando os consumidores do consumo de bens e serviços e não permitindo que as famílias com dívidas em atraso consigam renegociar seus débitos a juros mais baratos.
Ao todo, no Brasil são mais de 73,5 milhões de consumidores inadimplentes, segundo a empresa Serasa. Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a proporção média de famílias com dívidas em atraso chega a 29,1% do total de endividados (76,1% dos lares do país) em janeiro de 2024.
ANTONIO ROSA