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No último período, as discussões sobre a jornada de trabalho têm ganhado espaço em diferentes setores da sociedade. Além de parlamentares, entidades sociais e sindicais também estão ampliando as mobilizações por alterações na legislação que garantam a redução da jornada e mais tempo de descanso aos trabalhadores.
Em artigo divulgado esta nesta semana, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (Sindcomércio), Ricardo Patah, reforçou a urgência do movimento pelo fim da escala 6X1 como forma de garantia de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores comerciários. A proposta foi também apresentada em projeto de lei pela deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS).
“Os trabalhadores de comércio e serviços são massacrados por uma carga de mais de 12 horas diárias, entre atividades nas empresas e ida e volta para casa. Quase todos são enquadrados na escala 6×1 (trabalham seis dias e folgam um)”, disse.
Patah destacou que os trabalhadores do comércio quase “não têm descanso, não encontram tempo para o lazer, não conseguem estudar e mal encontram a família” e em seu “único dia de folga na semana, quase sempre, é usado para preparar o retorno e reiniciar esse ‘inferno’”.
Para o presidente da UGT, “a escala 6×1 oficializa um esquema de trabalho análogo à escravidão. E isso em pleno século XXI, quando a tecnologia invade todos os setores da economia, especialmente com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA)”, disse.
“No momento em que a IA promete revolucionar o mundo, com consequências ainda imprevisíveis, é preciso discutir seus efeitos e propor inovações que melhorem as condições de vida dos trabalhadores. A redução da jornada é uma dessas exigências. A evolução da tecnologia deve trazer ganhos em produtividade que podem ser usados em benefício dos empregados, e não apenas para aumentar o lucro das empresas. Afinal, já está mais do que provado que o lucro pode ser maior nas organizações que oferecem aos trabalhadores condições de manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, completou.
“Sabemos que a redução da jornada de trabalho desperta grandes emoções, especialmente nos trabalhadores que fazem parte dessa máquina de moer carne que é a escala 6×1. Temos a certeza de que um esquema bem organizado dará certo, com a participação de empresários, governo, trabalhadores e, claro, da IA”, concluiu.