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Em fala típica de mafioso, depois do assassinato de 60 mil palestinos, da demolição à bomba da maior parte das casas na Faixa de Gaza, Netanyahu diz aos generais das forças de extermínio israelenses que preparem a “emigração voluntária” dos palestinos
Em reunião com ministros de seu governo, Netanyahu declarou que planeja “facilitar a emigração voluntária” dos palestinos para foram de Gaza. “O problema é achar países dispostos a absorvê-los, mas nós estamos trabalhando nisso”.
Para mostrar que seu cinismo não tem limites, Netanyahu, disse, nesta quinta-feira, em entrevista ao Canal 14 de TV israelense que “os sauditas podem criar um Estado palestino na Arábia Saudita; eles têm muitas terras lá”.
Na reunião, Netanyahu foi respaldado pelo líder de assaltantes de terras de palestinos na Cisjordânia e deputado do Knesset, parlamento israelense, que declarou: “Israel precisa formar uma comissão para acompanhar a questão e assegurar que qualquer um que queira se mudar para um terceiro país possa fazê-lo”.
Cinismo digno de mafiosos, pois o que pode haver de emigração “voluntária”, depois de assassinato a bomba e tiro e destruição da maioria das casas sob bombardeio ou por tratoraços, destruição de escolas e hostitais, depois de um cerco de meses que submeteu palestinos a fome e doenças sem medicação?
A isso se somam as novas ameaças de ocupação pelas forças norte-americanas – segundo Trump, ao lado de Netanyahu, na Casa Branca – de que “vamos tomar Gaza” e “vamos transferir dois milhões de paletinos”, para transformar Gaza na “Riviera do Oriente Médio”. Aliás, para o inquilino atual da Casa Branca, toda essa descarada e aberta proposta de limpeza étnica visaria – ao invés de reconstruir Gaza – tornar “aquela terra” em “um lugar magnífico”.
Foi o suficiente para que o ministro da Defesa, Israel Katz, depois de elogiar a fala de Trump e a qualificar as ameaças de “marcantes”, começasse a instruir os chefes militares das forças de extermínio a encaminharem a tal “emigração voluntária”.
Katz informou à imprensa israelense, nesta quinta-feira, que instruiu as ‘forças de defesa’ [que é como Israel denomina suas tropas de ocupação e extermínio] a “preparar um plano para facilitar a partida voluntária de palestinos da Faixa de Gaza”.
“O plano incluirá”, prosseguiu o ministro, “opções de saída através de passagens por terra, assim como arranjos para saída por ar e por mar”.
Depois dessa confissão de crime de limpeza étnica, Kata prosseguiu: “Dou as boas vindas ao destacado plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Aos residentes de Gaza deveria ser permitido que desfrutassem da liberdade de saída e emigração como em qualquer parte do mundo”.
O ministro prosseguiu com seus absurdos dizendo que “países como a Espanha, Irlanda, Noruega, que fizeram falsas alegações contra Israel em Gaza, deveriam, de toda forma, permitir que todo morador de Gaza entre em seu território. Sua hipocrisia ficará expostas se recusarem. Hã países como o Canadá que regulamentaram um programa de imigração que, no passado, expressaram o desejo de absorver moradores de Gaza”.
O ministro do Exterior da Espanha, José Manuel Albares, foi o primeiro a responder às provocações de Israel Katz. “A terra dos moradores de Gaza é Gaza e Gaza deve necessariamente fazer parte do futuro Estado da Palestina”.