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O Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas do Distrito Federal (SAE-DF) divulgou uma nota denunciando a matéria tendenciosa veiculada pela DFTV2, afiliada do Globo, sobre a contribuição assistencial cobrada pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviços e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindserviços). A nota também repudia a pressão exercida pelos patrões sobre os empregados, orientando-os a se posicionarem contra a contribuição para enfraquecer suas entidades representativas.
De acordo com a nota, a matéria, que “mostra” a fila de trabalhadores para entregar declarações de oposição ao desconto da contribuição assistencial “trouxe uma narrativa distorcida e unilateral dos fatos”, que “criminaliza a atuação sindical e desconsidera a importância histórica dos sindicatos na luta por melhores condições de trabalho, salários dignos e direitos conquistados a duras penas”.
O documento salienta que a reportagem usa a desinformação como ferramenta de desmonte dos sindicatos. “É fundamental ressaltar que a taxa assistencial é legal e aprovada em assembleia pelos próprios trabalhadores, como prevê a Constituição Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O desconto não é compulsório, e aqueles que desejam se opor ao pagamento têm o direito de fazê-lo – um direito, aliás, que o próprio sindicato assegura democraticamente”, diz a nota.
E explica que, “no entanto, a forma como a reportagem abordou a questão faz parecer que a cobrança seria uma imposição arbitrária, omitindo o fato de que os benefícios das negociações coletivas alcançam todos os trabalhadores, sindicalizados ou não”.
Segundo a nota, a reportagem tampouco problematizou o fato de que muitos trabalhadores estavam na fila porque foram orientados por seus patrões a fazer a entrega do documento.
“Isso evidencia o avanço do patronato sobre os direitos trabalhistas e a pressão exercida sobre os empregados para enfraquecer suas entidades representativas. Desde a Reforma Trabalhista de 2017, temos assistido a um desmonte sistemático das organizações sindicais, promovido por interesses empresariais que visam dificultar a mobilização dos trabalhadores e fragilizar as negociações coletivas”, afirma o SAE.
E prossegue afirmando que “os sindicatos são pilares fundamentais na construção de uma sociedade mais justa, garantindo que as vozes dos trabalhadores sejam ouvidas e seus direitos respeitados”.
“O ataque às entidades representativas não é apenas uma tentativa de sufocar a organização dos trabalhadores, mas também um enfraquecimento do próprio processo democrático. Onde há liberdade sindical, há espaço para debate, negociação e participação ativa na construção de políticas públicas que favorecem toda a sociedade”.
O documento diz ainda que “a cobertura jornalística deveria questionar por que trabalhadores em situação de vulnerabilidade estão sendo levados a abrir mão de um instrumento de luta que garante reajustes, benefícios e assistência jurídica”.
“A pergunta central não é ‘por que os sindicatos cobram uma taxa?’, mas sim ‘por que patrões pressionam seus empregados a abrirem mão de seus direitos?’.
E finaliza afirmando: “É urgente que a sociedade reconheça que sindicatos fortes significam trabalhadores protegidos, salários dignos e melhores condições de trabalho. A desconstrução desse modelo interessa apenas ao empresariado, que busca transformar direitos conquistados em concessões precárias. Não sejamos ingênuos: onde não há sindicato forte, há exploração desenfreada”.