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Parlamentares, liderança sindicais, de moradia e do movimento feminino se reuniram na Câmara dos Vereadores de São Paulo, nesta terça-feira (11), para debater ações contra a alta dos preços dos alimentos. O movimento faz parte da Campanha Contra a Carestia, que protagonizou, durante o governo Bolsonaro, uma série de manifestações denunciando a crítica situação de famílias diante da alta do custo de vida.
De acordo com as entidades, mais uma vez, mães, donas de casa, trabalhadores e aposentados se deparam com preços abusivos nos mercados brasileiros. “Somos dos maiores produtores de café do mundo e o preço chegando a R$ 60 o quilo. A prioridade é exportação em detrimento do mercado interno. A carne é a mesma situação, com aumento de mais 20% em janeiro”. “Nós vamos apresentar a nossa posição para o governo federal, para todos os órgãos, para os deputados, vamos às ruas porque o povo não pode esperar”, ressaltou Lídia Correa, coordenadora da campanha e ex-vereadora.
Para a dirigente, “é preciso uma política de controle de preços. O ‘mercado’ defende o interesse deles, e nós temos que defender os nossos interesses, o interesse do povo. Precisamos retomar os estoques reguladores, uma coisa elementar na economia. O governo compra os produtos e armazena para equilibrar a distribuição. Isso é fundamental para enfrentar a especulação”, defendeu Lídia.
Antonio Pedro de Souza (Tonhão), diretor da Federação de Associações Comunitárias de São Paulo (Facesp) e também coordenador da Campanha Contra a Carestia, lembrou o movimento de 2021, quando a população chegou ao ponto de vasculhar lixo e brigar por ossos para se alimentar. “Não estamos nessa situação, mas se não nos mobilizarmos, a coisa pode voltar a esse ponto. Temos hoje um governo que está acuado pelo mercado financeiro, pela Faria Lima, ou seja, pelos interesses dos banqueiros.”
“Enquanto isso, a situação se agrava, coloca-se em risco a qualidade de vida da maioria das famílias brasileiras, porque quando você fala de custo de vida, trata-se do mínimo necessário para manter uma família. E quando esse custo de vida é exagerado, você coloca em risco as condições básicas de sobrevivência de uma família de trabalhadores. Por isso a necessidade de nos mobilizarmos como força social, como movimentos, como sindicatos, como, às vezes, pensadores, como academia, para propor alternativas”, afirma Tonhão.
Presente na reunião, o vereador Eliseu Gabriel destacou que a situação se agrava ainda mais com a política de juros do país. “Não precisamos desse juro, é sabotagem”, ressalta. Para Alcides Amazonas, presidente municipal do PCdoB, “o governo está se mexendo, tem iniciativas, e precisa dessa luta”.
Mara Andrade, diretora da Federação das Mulheres Paulistas (FMP), ressaltou que “a reativação da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) é fundamental. Isso foi falado inclusive pelo atual governo. Então, convergir essa diversidade de forças, todos os movimentos sociais e colocar o debate na mesa é o que vai intensificar a mobilização. Já estamos com essa pauta no 8 de Março, vamos levar essa bandeira para rua, exigindo o controle dos preços e a reativação dos estoques”, afirmou.