A República Popular Democrática da Coreia – RPDC, a Coreia do Sul e o Comando da ONU, como é chamado o comando das tropas dos EUA que ocupam o sul da Coreia, começaram nesta terça-feira (16) conversações sobre o desarmamento da Área de Segurança Conjunta na fronteira na linha de demarcação militar.
A conversa a portas fechadas realizou-se na Casa da Liberdade em Panmunjom.
O desarmamento da área fez parte do acordo entre o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o máximo líder da RPDC, Kim Jong Un durante o encontro dos dois chefes de Estado em setembro em Pyongyang que contou com a participação e aprovação dos responsáveis pela Defesa do Norte e do Sul .
No dia primeiro de outubro, militares e técnicos especialistas nesse trabalho da RPDC e da Coreia do Sul começaram os trabalhos práticos em terreno para retirar as minas terrestres colocadas no local desde 1953 quando se firmou o armistício que estabeleceu a trégua na Guerra da Coreia e criou a linha divisória entre Norte e Sul. A finalização da retirada das minas está prevista para o dia 20 de outubro.
Retiradas as minas, se passará à fase de retirada das tropas e as armas de fogo da área, segundo acordado anteriormente.
Concluído o desarmamento da Zona Desmilitarizada, até aqui a zona mais militarizada do mundo, a Coreia Popular e a Coreia do Sul, cada uma, manterão na Área de Segurança Conjunta uma tropa 35 soldados e cinco oficiais que estarão todos desarmados.
Com a retirada das minas terrestres, a recuperação de estradas e ferrovias que ligam o Norte e o Sul e transformação da Zona Desmilitarizada em Área de Segurança Conjunta verdadeiramente livre de armas, ou seja, com o fim das hostilidades entre Norte e Sul, cresce a chance de interligação e contatos mais regulares entre os dois lados do país ainda dividido.
Paralelamente, nesta terça-feira (16) iniciaram-se em Seul conversas entre os EUA e a Coreia do Sul para reavaliar os valores que a Coreia do Sul paga aos EUA pela manutenção das tropas de ocupação norte-americana. O tratado atual sobre os custos dessas tropas estrangeiras vence no final de 2018 e a Coreia do Sul quer dividir tais custos com os EUA.
Sim, é espantoso! Os EUA cobram da Coreia do Sul os gastos que os EUA têm com a ocupação militar da Coreia do Sul.
Seul pagou aos EUA só neste ano 850 milhões de dólares para custear as tropas norte-americanas e as bases militares espalhadas pelo território sul-coreano, mas os EUA querem aumentar esse valor para 1 bilhão e 300 milhões de dólares, de acordo com a imprensa sul-coreana.
Com o avanço da distensão na Península Coreana e das melhorias nas relações intercoreanas os EUA ficam sem a desculpa de que seus quase trinta mil soldados estejam ali para garantir a paz e o equilíbrio. Trump faz bons diálogos com Kim Jong Un, mas até agora não aceitou assinar um tratado de paz definitivo e não quer de jeito nenhum perder suas várias bases militares na Coreia do Sul.
Também nesta terça-feira (16) o porta-voz do Governo da Rússia reafirmou em Moscou o convite do presidente Putin ao máximo líder coreano, Kim Jong Un, para uma visita ao país.
ROSANITA CAMPOS