Bira lança sua história de luta pela libertação do Brasil e pelo socialismo

O livro conta a história de militância de Ubiraci Dantas de Oliveira, dirigente operário e comunista (Foto: HP)

O auditório da sede do PCdoB, na capital paulista, ficou lotado para o lançamento do livro com a trajetória de luta do líder operário

Nesta sexta-feira (21) foi realizado, em São Paulo, o lançamento do livro “Meio Século de Luta – Por uma Pátria Livre e Soberana rumo ao Socialismo”, de Ubiraci Dantas (Bira), vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e dirigente nacional do PCdoB.

“Esse livro retrata a minha participação política, ideológica e sindical em meio século de militância revolucionária, por uma Pátria Livre e Soberana, rumo ao Socialismo. Desde a luta pela derrubada da ditadura, pela Anistia, pela Constituição Cidadã e pela democracia. O fundamental agora é romper com a submissão à metrópole imperialista, para a construção de uma pátria desenvolvida e soberana, nos livrando da escravidão do capitalismo para aí sim rumarmos firmes para a construção do Socialismo”, afirmou Bira.

O evento contou com a presença de lideranças políticas e sindicais. Entre eles, Adilson Araújo, presidente da CTB, Nivaldo Santana, dirigente do PCdoB e secretário de Relações Internacionais da CTB Nacional, Carlos Lopes, vice-presidente nacional do PCdoB, Rosanita Campos, da Cátedra Cláudio Campos, da Fundação Maurício Grabois (FMG), Carlos Pereira, jornalista e dirigente do PCdoB, jornalista e escritor Osvaldo Bertonlino, o presidente do PCdoB municipal, Amazonas e o professor Nilson Araújo, diretor da FMG, dirigentes nacionais do PCdoB, Valentina Macedo, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP) e Keila Pereira, presidente da Federação das Mulheres Paulistas (FMP). O evento também contou com a presença de sua esposa, Solange Sales, seus filhos e netos.

Nivaldo Santana dirigiu os trabalhos em homenagem a Bira

“Em sua biografia, o Bira conseguiu expressar valores além dos seus próprios, resgatando a reciprocidade de relações que se forjaram na luta. É muito gratificante para mim, considerando que, quando o Bira estava começando na sua longa batalha, eu estava engatinhando. Então, esse depoimento do Bira me nutre e me faz ‘esperançar’, me faz acreditar. Faz inclusive celebrar que o Bira é, sobretudo, também parte dessa construção para a luta dos povos do mundo”, afirmou Adilson.

O presidente da CTB emocionou os presentes ao entoar a palavra de ordem que Bira sempre puxou em todas as suas lutas: Brava gente brasileira! Longe vai temor servil! Ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil!

Para Carlos Lopes, “esse livro é um espelho de toda a luta que ocorreu no Brasil nos últimos tempos. O Brasil seria bom se não fosse a participação da classe operária? Inclusive, acho que o ponto de virada contra a ditadura, por exemplo, foi exatamente a partir das greves operárias, que se espalharam por São Paulo”, lembra o dirigente. Carlos Lopes observou que Bira não e apenas um operário.

“Ele é um operário avançado, integrante do que Lenin chamou de dirigente da classe operária, que assume a ideologia proletária”, destacou. “Ser da classe operária é assumir a sua ideologia. A ideologia proletária não nasce dentro da classe, ela é introduzida por integrantes da burguesia que rompem com a sua classe e se tornam dirigentes da revolução”, prosseguiu. Lopes exemplificou com a história de Karl Marx, Engels e do próprio Lenin.

“Bira foi um dos responsáveis por garantir a unidade dos trabalhadores, a unidade dos metalúrgicos, e num momento muito difícil”, resgatou Pereira. “E é disso que nós precisamos. Precisamos do Bira, de trabalhadores como o Bira, para construir uma grande frente pelo desenvolvimento nacional, pela reindustrialização do país. E para isso, precisamos dessa liderança para levar a confiança ao coração do povo brasileiro”.

Em sua saudação, Nilson Araújo também lembrou que “nesses 50 anos do Bira, 45 anos nós já nos conhecíamos e atuamos juntos. Desde a sua atuação no Sindicato dos Metalúrgicos, na organização da Conclat, CGT, CGTB. E agora também. Essa luta é sua, mas se você divulga, ela influencia outras pessoas”, afirmou.

“O Bira é uma herança da história de luta dos trabalhadores brasileiros”, disse Rosanita. “É o nosso orgulho. É assim que vemos o Bira no PCdoB, e nós queremos botar o PCdoB nas cabeças. Nós temos que ganhar a eleição em 2026, nós temos que discutir e botar no centro da questão nacional o nosso desenvolvimento, uma frente ampla em que nós queremos todos juntos. É por isso que nós temos companheiros como o Bira na cabeça do partido”, destacou.

Para Keila, Bira sempre foi uma referência para as gerações mais novas. Referência de luta contra aqueles que insistem em assaltar o nosso país. Desde 2015, início da minha militância, me lembro do Bira à frente do Banco Central na luta contra os juros. O Bira estava lá e continua sendo essa referência para nós”.

Nivaldo Santana fez questão de dizer que Bira está na luta sindical e política há 50 anos e que eles se conhecem desde o início desta caminhada. Ele resgatou o papel de Bira na organização do movimento sindical e na luta contra a ditadura. Osvaldo Bertolino saudou o lançamento do livro e lembrou que, como biógrafo de dois dirigentes operários, Aurélio Peres e Vital Nolasco, sempre observou a presença de Bira em todas as lutas.

Valentina Macedo também falou do quanto a juventude se espelha na luta de lideranças como o Bira. “Eu queria te agradecer, Bira. Acho que é sempre uma honra estar ao seu lado. O Bira sempre foi esse amigo dos estudantes. Tenho memória das primeiras manifestações que eu participei da UMES e ele no carro de som, lado a lado com os estudantes. E a gente ter registradas as suas histórias, de 50 anos de luta, que são 50 anos todos os dias acordando e tomando a decisão de travar uma luta coletiva, é tudo o que a juventude precisa. Essa e nossa referência”, saudou Valentina.

Solange Sales, esposa de Bira, destacou as atividades do companheiro em outras frentes de luta. Contou que Bira desfilou em escolas de samba e foi da bateria da escola Nenê de Vila Matilde. Solange lembrou que ele foi também técnico de futebol de times de várzea e que era muito respeitado pelos jovens jogadores que o chamavam de “professor”. Ela se referiu também ao papel de seu companheiro na luta antirracista, com ênfase para seu encontro com Nelson Mandela, quando este esteve no Brasil.   

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