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Manifestação cultural une profissionais da educação e população em defesa de escolas públicas e contra privatizações na gestão municipal
O “Bloco Unidos da Educação” tomou conta da Avenida Paulista neste domingo (23), tradicional via de manifestações populares da cidade de São Paulo. Uma iniciativa da Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação – Coeduc –, formada pelo Sedin, Simpeem e Sinesp, teve como objetivo aproximar os profissionais de educação da população paulistana e inseri-la na luta da categoria. A ação cultural, a primeira nesse formato, também teve como propósito a defesa da educação pública contra a privatização e outros ataques impostos pela atual administração municipal aos servidores.
“Bloco Unidos da Educação, uma iniciativa do Simpeem, do Sedin e do Sinesp para aproximar a população das nossas causas: defesa da educação, defesa das escolas, contra as terceirizações e defesa dos profissionais da educação”, declarou o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Cláudio Fonseca, na abertura do evento.
Claudete Alves, vice-presidente do Sedin (Sindicato da Educação Infantil no Município de SP), disse que “o Bloco Unidos da Educação inaugura uma forma de luta para ‘cumpliciar’ (com a população) a educação, para a defesa da educação pública e de qualidade, contra as privatizações, pelo respeito à comunidade escolar.” “A partir de agora, está inaugurado, na cidade de SP, o Bloco Unidos da Educação. Entraremos para o calendário. Por quê? A luta se faz com alegria, também, e fazendo uma interface com a questão cultural”, enfatizou a sindicalista.
Por sua vez, Norma Andrade, que preside o Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Ensino Público de São Paulo), assegurou que esse bloco “veio para ficar”. “Porque nós não vamos reduzir a nossa luta em nada. Estaremos em todos os espaços”, sustentou.
Durante o desfile, puxado pelo carro de som com marchinhas de carnaval, a Coeduc distribuiu uma carta aberta em nome dos profissionais da educação dirigida aos brasileiros. No texto, os sindicatos conclamam a sociedade a refletir sobre “um tema fundamental” para o futuro da cidade e do país: “a educação pública, direito de todos(as)” e “pilar do desenvolvimento coletivo”.
“O atual governo, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes, tem adotado políticas que prejudicam profundamente a educação pública e os direitos dos profissionais que dedicam sua vida ao ensino. Como cidadãos conscientes, precisamos atuar contra esses retrocessos”, defende trecho do documento.
Segundo o documento, “é inadmissível” que o acesso à educação de qualidade seja negado à população. “Precisamos garantir que todas as etapas da educação, desde a creche até a universidade, sejam gratuitas, sem que a condição econômica de uma família determine o futuro de seus filhos”.
Intitulado “Em defesa da Educação Pública, Gratuita, Laica, Estatal e de Qualidade para Todos(as)”, a carta pede o fim das privatizações nas escolas e a aplicação dos recursos públicos na educação pública. Essa política, reforça o manifesto, visa à redução de investimentos públicos em benefício de empresas privadas, o que impacta na qualidade do ensino. “Defendemos que as escolas continuem sendo públicas, geridas pelo Estado e com responsabilidade direta da administração pública, com foco no bem-estar dos alunos e na melhoria contínua do ensino”.
“A privatização da educação tem sido uma tentativa constante do atual governo municipal, especialmente no que diz respeito ao atendimento e à administração das escolas”, denuncia o documento.
JOSI SOUSA