“Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência”. Assim Bolsonaro respondeu à denúncia de que empresas privadas têm bancado ilegalmente a distribuição de centenas de milhões de mensagens da sua campanha por WatsApp aos eleitores brasileiros.
Segundo matéria publicada pela repórter Patrícia Campos Mello na Folha de S. Paulo, na quinta-feira (18), as empresas compram de agências como a Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMS Market um serviço chamado “pacote de disparos em massa de mensagens”. Os preços variam de 8 a 12 centavos por disparo ou, quando a base é fornecida pela própria agência, de 30 a 40 centavos. Cada contrato chega a R$ 12 milhões. No entanto, na prestação de contas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), consta apenas a AM4 Brasil Inteligência Digital, como tendo recebido R$ 115 mil para mídias digitais. A lei eleitoral em vigor proíbe expressamente o financiamento das campanhas por empresas privadas.
O PDT, partido de Ciro Gomes, terceiro colocado no primeiro turno da eleição, apresentou uma ação nesta sexta-feira (19) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na qual pede que o esquema de financiamento ilegal seja investigado.
Na ação, além de caixa 2 e abuso do poder econômico, o PDT acusa Bolsonaro de incluir nesses disparos a difusão de notícias falsas (fake news) com o objetivo de prejudicar os adversários e defende que os votos recebidos por ele no primeiro turno sejam anulados, com a convocação de novas eleições.
Depois de alertar para a gravidade e a solidez das denúncias, o presidente do PDT, Carlos Lupi, declarou: “Não adianta o Bolsonaro imitar o Lula e dizer que não sabe de nada. Até porque não acabou bem para o Lula”.
A campanha de Fernando Haddad (PT), que disputa o segundo turno contra Bolsonaro, também entrou no TSE pedindo investigação e a cassação do mandato caso Bolsonaro seja eleito.
O capitão que se celebrizou por defender a tortura, bater continência à bandeira americana e tirar das sombras o que há de pior no Brasil em todos os departamentos, diz que faz uma campanha pobre, mas honesta.
Pobre é o padrão de honestidade. A campanha é cara e suja. O envio de centenas de milhões de mensagens – bilhões quando essa história for contada direitinho – custa bem mais do que Bolsonaro e o PSL podem declarar em sua prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral.
VIVA JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE!
XÔ MULAMBADA!
É DEZESSETE!
B 17!