Publicada na quinta-feira (18), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para outubro recuou -0,3% em relação a setembro, invertendo altas ocorridas nos dois meses anteriores.
A pesquisa tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio, com base na avaliação que os consumidores fazem dos aspectos importantes da condição de vida de suas famílias.
Os resultados da ICF indicam o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores, levando em conta uma pontuação que varia de zero a 200. De janeiro a outubro deste ano, o grau de satisfação manteve-se inferior aos 100 pontos e agora, em outubro, chegou a 86,7 pontos.
A pesquisa revelou, ainda que, dos sete componentes do ICF, quatro subindicadores apresentaram variação negativa, com destaque para Momento para Duráveis (-3,3%) e Perspectiva de Consumo (-1,2%). Apesar de três subindicadores, em especial a Renda Atual com + 1,0%, no cômputo final, a variação foi a negativa de 0,3%.
“Em 2018, as famílias têm se mostrado reticentes com relação às intenções de consumo. Influenciam as decisões a lenta recuperação do mercado de trabalho, o comportamento dos juros, o elevado endividamento, a alta do dólar, os reajustes das tarifas e, principalmente, a indefinição quanto ao rumo da economia em 2019.”
A introdução da análise da pesquisa feita pela CNC, que acima transcrevemos, parece bastante realista. Excetuando a afirmação quanto à “lenta” recuperação do mercado de trabalho, visto que ao contrário do trabalho formal, o que têm crescido é a informalidade, as contratações feitas por menores salários, depois de demissões feitas com essa finalidade, entre outras precarizações em curso e as consequentes restrições na renda das famílias.