Uma estreita amizade entre Wilson Witzel, que disputa o segundo turno da eleição para o governo do Rio, e Luiz Carlos Cavalcanti Azenha, advogado de um dos maiores traficantes cariocas, o Nem da Rocinha, ficou escondida a sete chaves mas, acabou vindo à tona nas páginas da revista Veja desta semana. A intimidade entre os dois era muito grande, segundo pode-se observar nas mensagens telefônicas recuperadas pela reportagem (veja imagens abaixo).
Azenha foi preso em 2011 com o traficante Nem dentro do porta-malas de seu carro. Foi condenado a dois anos em regime aberto por tentativa de suborno dos policiais que fizeram a operação, que resultou na prisão de Nem. Witzel diz que mal o conhece. Mas, Azenha conta outra história à revista. Ele disse que era uma espécie de coordenador da campanha logo no começo da disputa. Pedia doações e organizava almoços e jantares. Em um deles aparece ao lado do amigo (foto abaixo).
“Quando quiser venha”, diz o “chefe” (Witzel) a Azenha em uma das mensagens obtidas pela reportagem. Em outra, Azenha lamenta que Witzel tenha saído de uma festa antes de ouvir elogios à sua pessoa, ele responde: “você me representa”. Numa terceira, segundo Veja, há uma referência a uma transação financeira. “Não vou depositar, pode passar aqui?”, pergunta Witzel. Azenha explicou que era um pagamento por serviços prestados por ele ao candidato.
Azenha conta que, com o crescimento de Witzel nas pesquisas, “ele bloqueou seu número de celular e mandou um recado: “que eu ficasse quieto, que depois a gente conversava e que me daria um cargo no governo”. “Quem não quer mais ser amigo dele sou eu”, disse o advogado. Perguntado sobre sua relação com o advogado, o candidato mentiu dizendo que só se encontravam em locais públicos. Azenha é mais um dos segredos que Witzel mantém sobre suas relações escusas. A outra é sua suspeitíssima amizade com Mário Peixoto, o rei da propina do Rio de Janeiro. Peixoto também ajudou na elaboração do programa de Witzel.
No debate da Globo, ocorrido nas vésperas do 1º turno da eleição do Rio, uma cena deixou claro a relação. O senador Romário perguntou ao ex-juiz Wilson Witzel se ele conhecia Mário Peixoto. “Você conhece o Mário Peixoto, que lhe ajudou a fazer seu plano de governo?”, perguntou o baixinho. De bate pronto Witzel pediu direito de resposta. Romário rebateu: “Eu nem perguntei e já tá pedindo direito de resposta, pô?” (gargalhada geral).