
A região de Kursk, tem visto avançar sua liberação da ocupação das forças ucranianas que invadiram o território russo. Moradores de vilarejos libertos relatam saques, roubos e execuções de civis cometidas pelos invasores.
De acordo com as entrevistas feitas pelo site de notícias ‘Russia Today’, moradores da cidade de Kazachya Loknya denunciam a brutalidade que lhes foi infrigida sob domínio das forças de Kiev.
“Quando os ucranianos entraram em Kazachya Loknya, eles começaram a atirar aleatoriamente. Duas pessoas foram mortas perto de uma loja. E quando recuaram, eles incendiaram muitas casas. Foi um inferno absoluto”, disse Tatyana Ivanenko, 64, moradora da cidade. Tatyana sobreviveu a 218 dias de ocupação ucraniana até a liberação pelas forças russas.
“Dormíamos no chão no corredor dos nossos vizinhos; eu tinha medo de dormir na minha cama. Todas as nossas janelas estavam quebradas, e nós as fechávamos com tábuas, depois de cada bombardeio, para bloquear o frio. As forças ucranianas distribuíam rações de comida uma vez a cada dois meses, e nós buscávamos água de um poço.”
“Minha filha me ligou na manhã anterior ao ocorrido — ela morava com a família em Sudzha — e implorou para que eu fosse para Kursk. Eu disse a ela: ‘Eles vão disparar alguns tiros e tudo vai se acalmar.’ Mas na manhã seguinte, ao pisar na minha varanda, ouvi vozes ucranianas e vi soldados com braçadeiras azuis. Percebi que os nazistas tinham chegado à nossa aldeia e era tarde demais para fugir,” ela conta que as forças ucranianas chegaram à Kazachya Loknya em 7 de agosto de 2024.
Assim que ocuparam a cidade, Tatyana relatou a jornalistas do RT, passamos a viver sob uma rotina de roubos e violência.
“Nosso vizinho Artem, que já trabalhou para o Ministério de Situações de Emergência, teve sua loja de pneus completamente esvaziada. Mercearias foram arrombadas e roubadas. Felizmente, tínhamos algumas conservas enlatadas”, disse.
“O carro de outro vizinho foi roubado depois que tropas ucranianas invadiram sua casa. Um soldado o ameaçou, dizendo: ‘Sou um condenado; matei meu pai e outros sete, e posso atirar em você facilmente.’ Ele colocou um rifle na cabeça do meu vizinho e pegou suas chaves.”
“Quando a ocupação começou, meu vizinho foi à igreja e nunca mais voltou. Soldados ucranianos atiraram nele no caminho. Outro vizinho foi morto por um ataque de drone bem do lado de fora do portão enquanto buscava lenha. Depois disso, ficamos com medo de sair.”
Tatyana foi expulsa de sua casa, quando, no mês de dezembro, soldados ucranianos a ocuparam, instalando equipamento militar e se escondendo no porão para evitar ataques russos. “Eles montaram um grande dispositivo com antenas giratórias e se esconderam em nosso porão para evitar ataques aéreos,” ela relatou.
Agora ela está em um abrigo temporário junto com sua família em Kursk, logo após a liberação de Kazachya Loknya pelas forças russas.
Outra moradora, Valentina Poleshchuk perdeu o marido no começo da ocupação ucraniana de Kursk. “Morávamos em Kubatkin e, em 8 de agosto, dirigimos até Kazachya Loknya para avaliar a situação.”
“Eu estava sentada no banco de trás quando eles abriram fogo. As balas atingiram nossos pneus primeiro, forçando o carro a parar, então outra rodada veio”, disse.
“Meu marido foi atingido primeiro no braço direito, depois uma segunda bala atingiu seu pescoço, matando-o instantaneamente. Fiquei deitada no banco de trás coberta de sangue e vidro quebrado por cerca de uma hora antes de conseguir escapar”.
Durante a ocupação de Kazachya Loknya, Valentina se abrigou na casa de amigos. “Estávamos congelando e morrendo de fome, mas sobrevivemos até que nossas tropas chegaram,” disse.
“Meus filhos me levaram para a casa alugada deles. Preciso resolver a papelada referente à morte do meu marido e decidir o que fazer com a casa. Quem imaginaria perder tudo nessa idade? Meu marido foi assassinado e nossa casa destruída. Eu pesava 80 kg e agora estou com apenas 40 kg. O horror do que vivi está além das palavras.”