
Apesar de um histórico repleto de falhas e prejuízos para os passageiros, a ViaMobilidade está na disputa pela concessão de novas linhas da CPTM. O governo de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (26 de março de 2025), no Diário Oficial, que apenas o Grupo CCR, que inclui a ViaMobilidade, e o Grupo Comporte Participações S.A. apresentaram propostas para o leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM. A concessão, que faz parte do chamado Lote Alto Tietê, está marcada para a próxima sexta-feira (28), na sede da B3, no Centro de São Paulo.
O contrato prevê uma concessão de 25 anos e exige investimentos de R$ 14,3 bilhões, segundo a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos (SPI). O grupo vencedor será aquele que oferecer o maior desconto sobre as contraprestações que o Estado deverá pagar ao concessionário, podendo chegar a R$ 1,49 bilhão anuais. Além disso, está previsto um aporte público de R$ 10 bilhões para melhorias nas três linhas.
A privatização das linhas enfrenta forte resistência. Trabalhadores da CPTM ameaçaram entrar em greve contra a concessão, mas, após uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), a paralisação foi suspensa.
O Grupo CCR, através da ViaMobilidade, já é responsável pela operação das linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, além das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, privatizadas da CPTM. O objetivo da concessão dessas linhas era melhorar a qualidade do serviço. No entanto, a realidade mostrou o oposto: a ViaMobilidade acumulou falhas, atrasos e até descarrilamentos.
Diante do caos instaurado pela gestão privada, o Ministério Público de São Paulo abriu investigações e, para evitar processos, a empresa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em agosto de 2023, comprometendo-se a compensar os passageiros com quase R$ 800 milhões. Além disso, as falhas constantes renderam à ViaMobilidade mais de R$ 40 milhões em multas aplicadas pelo governo paulista.
As estatísticas são alarmantes: entre janeiro e abril de 2024, as linhas privatizadas 8-Diamante e 9-Esmeralda registraram 16 falhas operacionais, três vezes mais do que as linhas administradas pela CPTM, que somaram apenas cinco ocorrências no mesmo período. A linha 9-Esmeralda foi a campeã de problemas, com 12 panes só nos primeiros três meses do ano, enquanto a linha 13-Jade, ainda sob gestão pública, operou sem falhas em 2023.
O balanço de 2023 é ainda mais revelador: a linha 9-Esmeralda registrou 12 falhas e a 8-Diamante, quatro. No mesmo período, a CPTM teve apenas uma ocorrência em cada uma de suas linhas 7-Rubi, 10-Turquesa e 11-Coral, enquanto a linha 13-Jade permaneceu sem problemas. O descaso da ViaMobilidade não se limita a falhas técnicas: a linha 8-Diamante sofreu dois descarrilamentos, um em janeiro e outro em março de 2024, causando transtornos e pânico entre os passageiros.
Em novembro de 2024, mais um incidente evidenciou a precarização do serviço: um trem da linha 9-Esmeralda explodiu, causando um princípio de incêndio na zona sul de São Paulo. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas, que tiveram origem em um curto-circuito na rede elétrica da estação. Em resposta, a ViaMobilidade afirmou que “a intercorrência gerou princípio de incêndio numa das composições, sendo rapidamente apagado. Não houve feridos.”
Mesmo diante desse histórico desastroso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue defendendo a privatização. Em 14 de novembro de 2024, ele assinou o decreto 69.049, autorizando a licitação das linhas 11-Coral, 12-Safira, 13-Jade e do Expresso Aeroporto da CPTM. Caso a ViaMobilidade saia vencedora do leilão, sua gestão privada será ampliada para 29 estações, mesmo com o histórico de fracasso.
Os prejuízos causados pela empresa são inquestionáveis. No primeiro ano de operação, a ViaMobilidade registrou 132 falhas nas linhas 8 e 9, sete vezes mais do que as 19 ocorrências registradas no último ano de administração pública da CPTM. A empresa também sofreu descontos de R$ 21 milhões nos repasses do governo e ainda pode ser obrigada a pagar mais R$ 22 milhões em multas.
Diante desse cenário, a privatização não representa uma solução para os problemas do transporte público. Ao contrário, a ViaMobilidade demonstrou ser sinônimo de descaso, insegurança e falhas constantes. Se a empresa já é campeã de panes com as linhas que administra, o que esperar caso amplie seu controle sobre a CPTM? A população merece um transporte público eficiente e seguro, e não um serviço precarizado em nome do lucro privado.
Via Mobilidade não tem competência para administrar duas linhas, imagina querer assumir mais três, sem falar que essas concessões visam sucatear o transporte sobre trilhos com o péssimo serviço prestado por estas empresas que visam somente lucros.
Outro ponto a CCR sofreu diversas multas por não cumprir o contrato e por inúmeras falhas apresentadas nas linhas 8 e 9, e ainda pode concorrer no leilão das linhas 11,12, 13.
Atual governo está sendo uma mãe para essas empresas.
TEM QUE POR ESSE VAGABUNDO PRA FORA. SABE QUEM É O CULPADO DISSO? GADO PAPA CAPIM DE SÃO PAULO QUE VOTOU NESSA MERDA AREIA MIJADA ESSA BOSTA. TEM QUE COBRAR O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO CONTRA ESSA PRIVATIZAÇÃO E NÃO FICAR OMIÇO. NÃO A PRIVATIZAÇÃO. VAMOS PARA LUTA.