Passaram-se seis semanas desde que o furacão Maria arrasou Porto Rico, e a vida na ilha ainda não se recompôs. Foram chuvas torrenciais, rios e reservatórios transbordados, árvores voando, 100% das casas sem energia. E hoje, ao menos 80% do território continua sem eletricidade, e aproximadamente uma quarta parte da ilha carece de água potável.
Em um quadro de desastre como esse, uma insignificante empresa de Montana, Whitefish Energy, que tem dois anos de existência e tinha dois empregados quando o furacão bateu na região, obteve um contrato de 300 milhões de dólares com a Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico, conhecida como PREPA, para restaurar a rede elétrica destruída da ilha.
As críticas sobre essa decisão foram muitas e se multiplicaram quando veio à tona que a principal virtude da Whitefish Energy é o respaldo da empresa HBC Investments, cujo fundador doou milhares de dólares para a campanha eleitoral primária de Trump, e ainda mais ao Trump Victory PAC durante as eleições gerais.
O governador de Porto Rico, Ricardo Rossello, cancelou no domingo o contrato com a Whitefish depois de inúmeros questionamentos e que a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês) disse que tem “preocupações significativas” com o acordo.
Aos jornalistas, Rossello assinalou ainda que instruiu a direção da Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico (Prepa) a “coordenar-se imediatamente com os estados da Flórida e de Nova Iorque para reforçar as brigadas” que estão tentando repor o sistema elétrico de Porto Rico desde o furacão.