As revelações, feitas pela revista Veja do último fim de semana, sobre as ligações de Wilson Witzel (PSC), adversário de Eduardo Paes (Dem) no segundo turno do Rio, com Luiz Carlos Azenha, comparsa do traficante Nem, da Rocinha, causaram impacto na pesquisa Ibope, divulgada nesta terça-feira. O ex-juiz caiu de 60% das intenções de voto na pesquisa anterior para 56% agora, se computados os votos válidos. Enquanto isso, Eduardo Paes (Dem) subiu de 40% antes para 44% nesta terça-feira. A diferença, portanto, entre os dois desabou oito pontos percentuais após as denúncias.
As imagens de Witzel ao lado de um meliante como Luiz Carlos Azenha, que foi preso em flagrante tentando dar fuga ao maior traficante do Rio, escondendo-o no porta-malas de seu carro, foram arrasadoras para o candidato. Parece que a população do Rio de Janeiro, de repente, percebeu que o ex-juiz, que surgiu do nada, não é bem essa “flor que se cheire”, que foi vendida na campanha digital do primeiro turno.
Quando o povo viu a troca de mensagens íntimas entre Witzel e o advogado de Nem, o Azenha, que tinha sido condenado por tentar subornar a Polícia Federal no momento da prisão do traficante, a máscara caiu. Azenha, cobrando e recebendo pagamento de Witzel em casa, por serviços prestados na campanha, e o candidato tentando esconder a amizade entre os dois, depois que cresceu nas pesquisas, causou indignação em muita gente.
E a promessa, então, feita por Witzel, de que se ele [Azenha] ficasse quieto e não o procurasse mais, ganharia um cargo no governo? A imagem, vendida pelo ex-juiz, de vestal da moralidade, amigo do Bretas, defensor da Lava Jato e outras invencionices, desabou. Pelo que se vê, tudo não passa mesmo é de mais uma picaretagem para tentar enganar o povo fluminense. E tudo foi relatado em detalhes pelo próprio Azenha à revista Veja. Não só relatado, como também com provas do que dizia.
Witzel já tinha sido apontado como amigo íntimo do rei da propina do Rio de Janeiro, o pseudo-empresário Mário Peixoto, prestador de serviços em quase todas as áreas da administração estadual, e autor da ‘mesada’ de R$ 200 mil aos membros do Tribunal de Contas do Estado e à cúpula do PMDB estadual. Agora, Witzel foi também desmascarado por suas “ligações” com traficantes do porte do Nem, chefe do tráfico da Rocinha. Esta é a ficha corrida do “bolsonarista carioca”, que foi “alavancado” malandramente pelos esquemas milionários das “fake news”, bancados por sinistras empresas privadas.
SÉRGIO CRUZ
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