O nível de emprego no conjunto da indústria paulista em setembro teve uma variação ínfima, sem ajuste sazonal, de + 0,01% em relação ao mês anterior (agosto), com um saldo de 500 empregos entre admissões de demissões ocorridas no mês.
Considerando-se o ajuste sazonal, esse mesmo número representa, na verdade, uma desaceleração de -0,06%, na comparação entre os meses, ou seja, foram criados menos empregos que o mês anterior.
Observando as variações de nível de emprego, de um mês em relação ao mês anterior, desde dezembro de 2017, sob o critério com ajuste sazonal, temos uma série percentual negativa em todo o período dos nove meses: Jan -0,08 / fev -0,06 / mar -0,16. O mês de abril variou -0,19, em maio -0,27, em junho tivemos -0,26 completando o segundo trimestre. Julho, agosto e setembro foram respectivamente -0,10 / -0,09 / -0,06.
Na comparação interanual, de setembro/18 sobre setembro/17, a variação é de – 1,37% correspondendo a um saldo negativo de 30 mil postos de trabalho. Apesar do acumulado do ano (jan. a set.) ter uma variação de +0,62% com saldo de 13.500 admissões, no acumulado dos 12 últimos meses a variação ainda é negativa em -1,44%.
Esse quadro desalentador do nível de emprego na indústria paulista – que sabemos, representa o maior parque industrial do Brasil, talvez até da América Latina – é especialmente dramático porque vem de um acúmulo de fechamento de empregos descomunal.
De 2011 a 2017, em todos os anos sofremos queda no nível de emprego, num total de 645 mil fechamentos de postos de trabalho. Essa é parte da dívida, que os governos Dilma e Temer deixaram com os trabalhadores e com a sociedade. Longe dessa lenga-lenga de “lenta” recuperação.
Sem emprego, sem renda, ou ainda, com a ilusão de que precarizando os dois, especialmente na indústria, que é o coração de qualquer economia sadiamente desenvolvida, não há como a economia progredir e o país sair dessa crise medonha.
Os dados são da pesquisa “Nível de Emprego Regional” da FIESP de setembro/18 que é constituída por uma amostra de aproximadamente 2.700 indústrias distribuídas por todo o estado, compreendendo cerca de 1.100.000 de empregos.