“Encontro histórico” sacode a eleição
Centenas de prefeitos de vários partidos decidem se somar na reta final
Na terça-feira (23/10), 314 prefeitos do Estado de São Paulo apoiaram o candidato Márcio França, do PSB, para o governo estadual.
“Este é um encontro histórico de prefeitos paulistas para apoiar um candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Poucas vezes se viu uma reunião com tantas lideranças políticas reunidas”, disse Jonas Donizette, presidente do PSB no estado.
Ao encontro, ocorrido no auditório do Hotel Pestana, no bairro do Paraíso, na capital do Estado, compareceram, além dos prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças políticas de diversos partidos.
Paulo Skaf, candidato a governador do MDB no primeiro turno das eleições e os candidatos ao Senado Marcelo Barbieri (MDB), Mario Covas Neto (PODEMOS) e Professora Cidinha (MDB) também participaram do encontro e prestaram apoio a Márcio França.
“Este é um encontro histórico de prefeitos paulistas para apoiar um candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Poucas vezes se viu uma reunião com tantas lideranças políticas reunidas”
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre, do PSDB, falando em nome dos prefeitos de seu partido quer estão apoiando Márcio França, declarou, sob aplausos: “O que mais admiro em Márcio França é a sua lealdade e a sua capacidade”, lembrando que esta também é a opinião do ex-governador Geraldo Alckmin, de quem Márcio França foi vice-governador.
Paulo Alexandre denunciou as arbitrariedades do candidato de seu partido, João Doria, que, “no desespero”, tentou expulsá-lo do partido. “Diante de uma crise como esta, que é a maior dos últimos 80 anos, é mais fácil fugir da Prefeitura. Mas nós estamos aqui honrando cada voto que recebemos”, disse o prefeito de Santos, criticando a saída de Doria da Prefeitura de São Paulo.
O presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi, falou em nome das lideranças emedebistas do Estado. Disse que “se somarmos os votos de Paulo Skaf e Márcio França, com certeza França será o governador do Estado no próximo domingo”.
Rossi citou a presença de prefeitos, ex-prefeitos, deputados, vereadores do partido e dos candidatos ao Senado, Cidinha e Marcelo Barbieri.
Estavam presentes, também, Carlos Cruz, presidente da Associação dos Municípios de São Paulo (APM), o deputado Arnaldo Jardim (PPS), a ex-vereadora Lídia Correa (PPL), Jorge Venâncio, dirigente nacional do PPL e o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (MDB).
O deputado estadual, Barros Munhoz (PSB), criticou a “pirotecnia e a irresponsabilidade de Doria” que, “não tendo o que falar, inventou mentiras estapafúrdias contra Márcio França”.
“Doria representa uns gorilas, que é como se chamava a extrema-direita de 50 anos atrás”, disse Munhoz.
O deputado Campos Machado (PTB) destacou que, “na capital, Márcio França tem mais de 60% de apoio dos eleitores. Agora nós temos que levantar o interior do estado contra o impostor”.
Márcio França chegou ao ato acompanhado de Paulo Skaf (MDB). Eles tiveram muita dificuldade para chegar até o palco, pela quantidade de prefeitos que queriam abraçar o candidato e tirar selfies.
No palco, além das lideranças políticas, estava também a candidata a vice-governadora na chapa de França, a coronel da PM Eliane Nikoluk.
A coronel Eliane, ao discursar, disse que se sentia orgulhosa de ser companheira de chapa de Márcio França que será, na opinião dela, “o melhor governador de São Paulo”.
A professora Lúcia, esposa de Márcio França, afirmou, em seu discurso, que, quando Márcio disse a ela que iria disputar a eleição, ela só pediu uma coisa: que a vice fosse uma mulher. “Porque é muito importante a participação das mulheres. E nós somos um casal de verdade. Temos participação efetiva nas decisões”.
O candidato a governador pelo MDB no primeiro turno, Paulo Skaf, disse que “o interior tem que conhecer o perfil desse candidato enganador que é o Doria, porque a capital já o conhece e não vota nele”. “A gente tem que respeitar o resultado das urnas e obedecer. Foi o que eu fiz no domingo com o resultado. Eu tenho certeza que, se fosse ao contrário, nós estaríamos aqui juntos do mesmo jeito”, prosseguiu Skaf. “Vamos ganhar no interior também”, e chamou os peemedebistas para “gastarem a sola do sapato até a vitória”.
Márcio França agradeceu o apoio de Paulo Skaf e a todos os prefeitos e lideranças presentes. Ressaltou que “as divergências não podem significar inimizades e ódios”. “Essas eleições foram atípicas. Ocorreu um episódio, que foi o atentado ao Jair Bolsonaro, que alterou o rumo das eleições. Houve também uma rejeição muito grande ao esquema adotado pelo PT”.
“Eu enfrentei o PT na minha cidade”, disse Márcio França. “Quando fui prefeito a primeira vez, ganhei do PT. Na segunda vez, eu os derrotei novamente. Eu disputei com o PT a minha vida inteira. Mas eu não tenho ódio do PT. Eu não quero que as pessoas do PT morram. Aliás, eu não quero isso para ninguém, ao contrário. Eu sou brasileiro. Eu sou de São Paulo. Eu quero o meu país unido novamente. O que o senhor João Doria quer é pegar carona nisso tudo. Não tivesse a eleição presidencial, ele tomaria de 80% a 20%”.
“O que se trata agora não é de partido, é de caráter. Ou você tem caráter ou não tem caráter. Ou você está disposto a dizer a verdade ou não. Se você mente, como o meu adversário faz, ele não tem o respeito de ninguém”, frisou França.
“Ele tem de respeitar os prefeitos que foram eleitos. Mas ele desrespeita os prefeitos. Doria não é mais do que ninguém. Mas se acha superior. As pessoas que estão com ele, têm medo dele. Por isso ele não tem o respeito de ninguém”, acrescentou o candidato.
“A mudança em São Paulo já começou. A nossa própria união já é o símbolo dessa mudança. Gente de vários pensamentos, de vários partidos. Tem empresário, tem sindicalista. Tem pessoas que mexem com o agronegócio e tem trabalhadores do campo. É assim que a gente construiu o Brasil. Temos que ter uma Pátria comum a todos”, afirmou Márcio França.
E, dirigindo-se aos prefeitos: “se preparem, vocês terão os dois melhores anos de suas vidas. Sabe por quê? Por causa da coragem de vocês. Eu respeito a coragem de vocês e serei um governador dos prefeitos”, concluiu Márcio França, sob aplausos.
SÉRGIO CRUZ