A polícia israelense prendeu, em Jerusalém, no dia 24, o monge Macarius Orshalemy da Igreja Ortodoxa Copta. A forma como o monge foi detido (com a foto acima em que podemos vê-lo estendido ao chão) é esclarecedor do descaso para com as religiões históricas da região.
Tudo começou quando os padres coptas resolveram fazer manutenção em seu setor da Igreja do Santo Sepulcro, que é dividida em cinco partes, uma sob guarda dos coptas, outra a cargo da Igreja Católica Apostólica Romana, a terceira fica com a Igreja Ortodoxa Grega, a quarta com a Igreja Armênia e a quinta com os religiosos da Igreja Ortodoxa Etíope.
Na região onde foi erguida a Igreja do Santo Sepulcro, teria acontecido a morte na cruz de Jesus, seu enterro e ressurreição.
A Autoridade de Antiguidades (do governo israelense que ocupa a Jerusalém Oriental desde 1967) resolveu – passando por cima da direção religiosa que administra a Igreja – que os concertos teriam de ser feitos por um grupo de trabalhadores israelenses.
Os padres coptas se juntaram para impedir a entrada dos israelenses na Igreja e a polícia foi convocada para dispersar os padres.
Um dos padres que se recusou a acatar as ordens dos policiais israelenses acabou preso. Prender um guardião do templo do Santo Sepulcro diante da região onde Jesus foi morto é bem simbólico da arrogância da dominação israelense sobre os territórios palestinos.
As tensões entre a Igreja e o regime isralense já vinham crescendo, particularmente depois que a prefeitura de Jerusalém decidiu que vai taxar as propriedades da Igreja na Jerusalém ocupada. Netaniahu defendeu a opressiva medida dizendo que as autoridades israelenses “protegem os interesses cristãos”.
O líder palestino, Saeb Erekat, condenou o comportamento da polícia e declarou que ele mostra o quanto o premiê de Israel mente ao dizer que protege os cristãos.
“Condenamos nos mais veementes termos a agressão covarde e brutal cometida pelas forças de ocupação contra os padres coptas e a vemos como uma agressão à Palestina e ao Egito (uma vez que a Igreja Copta tem o centro religioso no Cairo”.