Trinta e seis deputados do partido conservador inglês, da base do governo da premiê Theresa May, foram acusados por má conduta contra mulheres, incluindo abuso sexual. O escândalo levou a deputada e líder do partido conservador, Andrea Leadsom, a solicitar uma “equipe de apoio” para ajudar na apuração das acusações de assédio em Westminster, ainda na segunda-feira (30), quando a notícia veio a público.
A lista com os nomes dos 36 deputados acusados por assedio contra mulheres foi revelada pelo blog “Guido Fawkes”. Uma planilha retrata desde abuso contra mulheres menores de idade a envolvimento com prostitutas. Entre os deputados, 18 foram acusados por comportamento sexual inapropriado, 2 por assedio contra mulheres, 12 por abuso contra funcionárias do sexo feminino, e outros 4 por abuso contra funcionários do sexo masculino.
O “dossiê” veio à tona pouco depois do deputado Mark Garnier, ministro para o Comércio Internacional, admitir que fez sua secretária comprar “brinquedos sexuais” – um para sua esposa e outro para uma assistente de seu escritório eleitoral. Na mesma ocasião, ele admitiu chamar sua secretária de “sugar tits”, algo como “tetas de açúcar”.
Ao saber dos escândalos, o presidente da Câmara dos Comuns pelo partido conservador, John Bercow, chega a reconhecer a existência da “cultura do assédio sexual em Westminster” e disse que isso é “perturbador”. Leadsom também anunciou que o Parlamento deve agir rápido e que o Gabinete do Governo está “investigando” em caráter de “urgência” os relatórios envolvendo denuncias de má conduta contra o código ministerial.
Um dos deputados implicados nos escandalos, Stephen Crabb, admitiu o envolvimento e confirmou o envio de mensagens “explícitas” a uma mulher de 19 anos, entrevistada por ele para uma vaga de emprego no ano de 2013, quando era ministro. “Disse algumas coisas muito escandalosas” para a moça, declarou.