
ONU denuncia que cerco israelense mais prolongado exacerba esfomeamento de palestinos
Pelo menos 92 palestinos foram assassinados e outros 219 ficaram feridos na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas como resultado do genocídio israelense em andamento na região, informou o Ministério da Saúde de Gaza, somente neste sábado (19)
As tropas de Netanyahu têm intensificado seus ataques desrespeitando qualquer acordo de pacificação, e se contrapondo à crescente pressão em casa, não apenas das famílias dos reféns e seus apoiadores, mas também de reservistas e soldados israelenses aposentados que questionam a continuação da guerra depois que o governo genocida quebrou o cessar-fogo no mês passado.
Crianças e mulheres estavam entre 15 pessoas mortas durante a noite, segundo funcionários do hospital de Khan Younis onde se albergavam. Pelo menos outros 11 mortos estavam na cidade, no sul do país, vários deles em uma tenda na área de Muwasi, onde milhares de deslocados estão hospedados, disseram funcionários do hospital. E isso numa região que Israel havia designado como ‘zona humanitária’.
Outras quatro pessoas foram mortas em ataques na cidade de Rafah, incluindo uma mãe e sua filha, de acordo com o Hospital Europeu, para onde os corpos foram levados.
Mais tarde no sábado, um ataque aéreo israelense contra um grupo de civis a oeste de Nuseirat, no centro de Gaza, matou mais de 10 pessoas, de acordo com o Hospital Al-Awda. E ataques espalhados pela região deixaram corpos que ainda não puderam ser identificados.
ISRAEL AMEAÇA OCUPAR GAZA INDEFINIDAMENTE
Israel assinalou que irá intensificar os ataques em Gaza e ocupar indefinidamente grandes “zonas de segurança” dentro da pequena faixa costeira onde se localizam mais de 2 milhões de pessoas.
Autoridades de saúde locais confirmaram que o número de palestinos mortos pelo ataque israelense desde outubro de 2023 aumentou para 51.157, com mais 116.724 feridos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
Israel também bloqueou Gaza nas últimas seis semanas, novamente impedindo a entrada de alimentos e outros bens.
A guerra destruiu vastas áreas de Gaza e a maior parte de sua capacidade de produção de alimentos. Cerca de 90% da população está deslocada, com centenas de milhares de pessoas vivendo em acampamentos e prédios bombardeados.
ONU CONDENA BLOQUEIO A GAZA QUE PROVOCA MAIOR INANIÇÃO DE PALESTINOS
O ataque genocida de Israel continua implacável, apesar dos apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas por um cessar-fogo imediato e das diretrizes do Tribunal Internacional de Justiça solicitando medidas para prevenir o genocídio e aliviar a terrível situação humanitária em Gaza.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) alertou que os palestinos em Gaza estão sendo submetidos a bombardeios e fome devido ao fechamento contínuo das passagens de fronteira por Israel pela sétima semana consecutiva.
Em uma declaração no sábado (19), a UNRWA denunciou que os palestinos em Gaza estão presos sob cerco, enfrentando ataques aéreos constantes e privações, enquanto suprimentos vitais — incluindo alimentos, remédios, combustível e materiais de abrigo temporário — estão se acumulando nas passagens fechadas de Gaza.
E frisou o fato de Israel manter as passagens de Gaza fechadas pela sétima semana consecutiva, impedindo a entrada de ajuda humanitária, suprimentos médicos e comerciais, alimentos, vacinas infantis e combustível.
A UNRWA observou que o povo de Gaza está sofrendo uma nova onda de fome, mesmo que ainda não tenha se recuperado da última crise provocada pelas restrições contínuas de Israel à entrega de ajuda, que persistem há 19 meses em meio à atual campanha de genocídio.
A agência pediu urgentemente a reabertura das travessias de fronteira de Gaza para permitir o fluxo contínuo de ajuda humanitária e reiterou a necessidade de um cessar-fogo renovado para aliviar o sofrimento dos civis.
Na terça-feira, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) já havia declarado que Gaza está enfrentando sua pior crise humanitária desde o início do ataque militar de Israel em outubro de 2023.