
Papel do Banco Central é “refrear” a economia, afirmou Gabriel Galípolo na Câmara
As instituições financeiras reduziram suas projeções para a inflação deste ano, de 5,65% para 5,57%, mas mantêm a estimativa da Selic (taxa de juros básica) em 15% em dezembro deste ano. Os dados são do boletim Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta terça-feira (22).
Desta forma, há o aumento do juro real (descontada a inflação), que chega aos 9% ao ano.
Os bancos projetaram que o Produto Interno Bruto (PIB) deve seguir desacelerando por conta dos juros monetários, variando apenas 2,00% no final deste ano.
Em audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que a economia brasileira mostra um “dinamismo excepcional” e está “bastante aquecida”, e que cabe ao BC “segurar a economia”, “refrear um pouquinho a economia”.
Em 2024 a economia cresceu 3,4% frente a 2023 (3,2%), porém, no último trimestre do ano passado, sob o efeito das altas taxa de juros, ficou praticamente estagnada (0,2%), desacelerando em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano (0,9%). Em setembro de 2024, o Brasil, com uma das mais altas taxas de juros do planeta (10,25%), viu o Banco Central retomar o aumento da Selic, que não parou de subir.
Hoje, a Selic está em 14,25% ao ano, impondo o encarecimento ao crédito para empresas e famílias, inibindo os investimentos e o consumo, a pretexto de conter a atual pressão inflacionária causada por fatores de clima e pelos preços dolarizados dos alimentos, além dos reajustes dos preços administrados (sempre crescentes).