O governador Márcio França (PSB) afirmou, em sabatina na Rádio CNB, na quarta-feira (24), que tem visto nas ruas da capital uma grande insatisfação da população com a administração de seu adversário. “A insatisfação em relação às propostas do Doria, às coisas do Doria, é muito grande”, observou. “Ele magoou as pessoas, agora está pagando o preço, não tem ninguém que tenha ficado com ele. Ele está sozinho”, disse França, citando o apoio que recebeu de Skaf, dos prefeitos do PSDB e de outros partidos.
“Talvez essa insatisfação seja motivada pela mania que ele tem de fazer propostas mirabolantes, coisas estrangeiras, mas que não são colocadas em prática porque ele não tem experiência administrativa”, acrescentou França, lembrando que Doria abandonou a Prefeitura de São Paulo antes do fim do mandato.
“Isso pode explicar a grande diferença de apoio na capital. Doria teve 20% na capital no primeiro turno. Hoje eu tenho 65% e ele 35% das intenções de voto”, apontou. “Eu tive uma grande votação no litoral. Na minha cidade eu tive quase 70% dos votos. Isso demonstra que quem conhece o Doria não vota nele”, ponderou o governador.
França fez esses comentários logo no início da entrevista da CBN, ao responder sobre o resultado da última pesquisa Ibope para o governo de São Paulo, divulgada na quarta-feira, que o colocou com 47% das intenções de voto contra 53% de seu adversário.
O governador disse que respeita muito os institutos, “não só o Ibope, mas também o Data Folha”, mas, lembrou que, “no sábado, um dia antes do primeiro turno, o Ibope me colocou dez pontos atrás do Skaf”. “Se dependesse das pesquisas, eu não estaria aqui hoje”, destacou.
Ele falou também de uma mudança no quadro eleitoral. “Estou recebendo um grande apoio dos prefeitos do interior paulista. Este é um grande reforço para a nossa campanha”, disse ele. Na manhã do dia anterior Márcio França participou de um encontro com mais de 300 prefeitos de todas as regiões do estado, e de todos os partidos políticos, que vieram à capital do estado declarar apoio à sua candidatura.
Na quinta-feira (25) pela manhã, França desmentiu reportagem da Folha sobre supostas atividades irregulares de seu irmão à frente de uma Organização Social da saúde. Ele disse que as informações sobre as atividades do irmão “não são verdadeiras” e “nada têm a ver com a função de governador”. Ele acrescentou que o irmão não mantém vínculo com o Instituto Sócrates Guanaes, que é servidor público concursado há mais de 30 anos, e que a carreira dele não tem relação nem dependência com “a condição de governador”.