
Aroldo Cedraz retirou de pauta pela 6ª vez seguida o julgamento do recurso das entidades de aposentados sobre decisão da Corte relativa aos descontos ilegais sobre aposentadorias e pensões, denuncia jornal
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, retirou de pauta pela 6ª vez seguida o julgamento do recurso das entidades de aposentados sobre decisão da Corte relativa aos descontos ilegais sobre aposentadorias e pensões. Outros ministros criticaram a decisão de Cedraz.
Na sessão da quarta-feira (30), quando foi pautado mais uma vez o recurso apresentado pelas entidades atingidas pela suspensão de novos descontos, determinada pelo TCU, o ministro Aroldo Cedraz decidiu, mais uma vez, adiar a discussão e votação sobre o tema.
O portal Metrópoles apontou que “a inércia acabou beneficiando as associações: isso porque o andamento do processo poderia levar ao fim de todos os descontos indevidos nas aposentadorias”.
Durante a sessão, Aroldo disse que essas “ilações” são “graves, infundadas e irresponsáveis”, acusando o jornal de disseminar “fake news”.
Os descontos ilegais sobre as aposentadorias e pensões só foram interrompidos por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU) no âmbito da Operação Sem Desconto, realizada junto com a Polícia Federal.
Os ministros do TCU, Walton Alencar e Bruno Dantas, reclamaram da postura de Aroldo Cedraz durante a sessão.
“O problema é que o acórdão do Tribunal de Contas da União é de junho de 2024, ou seja, quase um ano atrás. E agravo, todos sabemos, não tem efeito suspensivo. Houve três agravos e dois embargos, e somente agora isso está sendo julgado e o processo não voltou à unidade técnica para monitoramento”, disse Walton Alencar.
“Esta é a sexta vez que o processo entra nesse plenário. Ele foi retirado de pauta nas cinco vezes anteriores”, criticou.
Bruno Dantas admitiu que está “muito frustrado com esse caso, pois nós tomamos conhecimento desse escândalo em 2023, adotamos uma medida cautelar em 2024 e estamos em maio de 2025 e não sabemos – porque não há monitoramento feito pelo tribunal – se alguma medida foi cumprida ou não”.
Algumas Associações e sindicatos de aposentados e pensionistas fraudaram documentos de associados para conseguir descontar diretamente no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) as cobranças de mensalidade.
O esquema criminoso contava com lobistas, que pagavam propina para funcionários federais para receber uma parcela do valor roubado.
A CGU apontou a “existência de uma indústria de produção de termos de descontos ilegítimos, utilizados ilegalmente pelas entidades associativas”.