
No ano do 80º aniversário da vitória sobre Hitler, regime de Zelensky inicia desmantelamento e exumação de túmulos de soldados do Exército Vermelho e dos seus próprios que combateram o nazifascismo
A recente exumação dos restos mortais de soldados soviéticos no complexo da Colina da Glória, em Lviv, na Ucrânia, é uma “violação e profanação blasfema da memória dos ancestrais soviéticos e dos seus próprios antepassados, algo especialmente grave no ano do 80º aniversário da vitória sobre o nazifascismo”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
“O que são 80 anos de Vitória? São 80 anos de paz que não conheceram a Terceira Guerra Mundial. E neste ano de aniversário, [Zelensky] começa a zombar da memória de seus próprios ancestrais com particular cinismo e crueldade”, declarou Zakharova, condenando o que classificou como uma demonstração da “absoluta natureza anti-humana” do regime fantoche de Washington. “Esta data está recebendo cada vez mais atenção até mesmo nos países que não faziam parte da coalizão anti-Hitler na época”, observou.
O Ministério das Relações Exteriores solicitou ao governo de Kiev, tomado por nazifascistas, que abandone definitivamente as tentativas de falsificar a história e privar os ucranianos da vitória na Grande Guerra Patriótica, vencida graças aos esforços de todos os povos da antiga União Soviética.
O desmantelamento de monumentos e a exumação de túmulos do Exército Vermelho no complexo, onde estão enterrados mais de 200 soldados soviéticos mortos na Primeira Guerra e na Segunda Guerra Mundial, incluindo combatentes que libertaram a cidade dos nazistas em 1944, é inaceitável, frisou a diplomata.
Em janeiro, o comitê executivo da prefeitura autorizou a transferência do memorial e a exumação dos restos mortais para posterior reenterro, o que, precisamente neste ano, é um acinte pela transcendência da data.
Entre os restos, está o túmulo do lendário agente soviético Nikolai Kuznetsov, que atuou em territórios ocupados pela Alemanha de Hitler e morreu em março de 1944 lutando contra os partidários de Stepan Bandera, braço armado do nazismo na Ucrânia. Com Bandera à sua frente, foram cometidos crimes de guerra terríveis, crimes contra a paz e à humanidade, incluindo campos de concentração, destruição de populações e assentamentos, e muito mais.
“Foi somente graças aos esforços dos soldados do Exército Vermelho, daqueles que lutaram nas linhas de frente e dos guerrilheiros que foram às florestas e ajudaram os soldados e trabalhadores do Exército Vermelho na frente interna que conseguimos superar tudo isso”, relembrou Zakharova. Foi uma resistência destemida, enfatizou, que foi barrado o avanço dos partidários da suástica, que planejavam varrer a Ucrânia do mapa, junto com seus habitantes.
A exumação de corpos às pressas “com escavadeiras ou pás”, reiterou a diplomata, visa impedir cerimônias de homenagem, deixando evidente que o objetivo de Kiev é “demonstrar ao Ocidente sua lealdade para desvincular-se do que na realidade é a verdadeira memória histórica”.
O porta-voz oficial do Kremlin, Dmitry Peskov, ressaltou que os políticos ocidentais fecham os olhos diante dos “nazistas com tochas acesas” na Ucrânia. Peskov alertou que o nazismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial começou da mesma forma como agora se desenvolve na Ucrânia.