
O governo de Tarcísio de Freitas excluiu a participação de empresas brasileiras em edital para construção da futura Linha 19-Celeste do Metrô-SP. Segundo reportagem do jornal O Globo, o documento, lançado em março deste ano, inclui exigências técnicas consideradas inéditas e restritivas por construtoras brasileiras na disputa pela obra, estimada em R$ 15 bilhões.
A reportagem cita que especificações para diâmetro e comprimento dos túneis, por exemplo, divergem dos padrões utilizados em outras linhas do metrô paulista. Essas mudanças reduzem as chances de concorrência para as empresas nacionais, beneficiando diretamente companhias espanholas, como a Acciona, Sacyr e OHL, que já contam com o maquinário e a experiência exigidos pelo edital.
A situação remete ao caso da Linha 6-Laranja, vencida pela espanhola Acciona após a desistência do consórcio nacional Move São Paulo. À época, o governo estadual já havia sido criticado por não garantir equilíbrio entre concorrentes nacionais e estrangeiros.
Agora, com o novo edital, cresce a preocupação no setor de que o governo estadual esteja novamente adotando critérios que favorecem multinacionais, enfraquecendo a indústria nacional da construção pesada e afetando o mercado de trabalho nacional. A Linha 19 deverá ligar o Bosque Maia, em Guarulhos, ao Anhangabaú, no centro da capital paulista, com 17,6 km de extensão e 15 estações.