
“Não consideramos as facções organizações terroristas. Elas buscam lucro através dos mais variados ilícitos”, declarou o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo
O governo brasileiro e a Polícia Federal rejeitam a proposta de Donald Trump para enquadrar as organizações criminosas do Brasil, como PCC e CV, enquanto “grupos terroristas”.
Membros da PF entendem que, caso o Brasil se submeta e classifique esses grupos criminosos como terroristas, os Estados Unidos poderão se aproveitar para impor sanções arbitrárias quando entenderem que o Brasil supostamente não age para combatê-los.
Segundo fontes da PF ouvidas pelo jornal O Globo, o Departamento de Estado dos Estados Unidos já apresentou essa proposta em reuniões feitas em março, mas as autoridades brasileiras a rechaçaram.
O governo Trump enviou para o Brasil o chefe da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, David Gamble, para discutir essa ideia. Segundo nota do governo dos EUA, ele “discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, disse ao jornal Folha de S.Paulo que “não consideramos as facções organizações terroristas. Em primeiro lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam lucro através dos mais variados ilícitos”.
Os bolsonaristas estão alvoroçados com a vinda do membro do governo Trump porque, segundo eles, vai se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir as sanções dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-deputado Eduardo Bolsonaro, que abandonou seu cargo para viver nos EUA, está articulando o encontro e falou ao governo Trump que seu pai tem condições de se encontrar com Gamble mesmo após sua cirurgia, o que não aconteceu porque Bolsonaro se reuniu com um assessor do assessor.