
Insuflado pelo réu Jair Bolsonaro, que chefiou a tentativa do golpe, tentaram pressionar a Câmara, que eles atacaram, para aprovar o PL que deixa os criminosos do 8 de janeiro impunes
Nesta tarde, o trânsito da capital federal foi tumultuado por uma caminhada organizada por um grupo de bolsonaristas defensores do golpe de Estado de 2022/23. Uma pista ficou parcialmente bloqueada durante a manifestação.
O grupo, insuflado pelo réu Jair Bolsonaro, que chefiou a tentativa do golpe, defende a impunidade dos terroristas que depredaram as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, depois do fracasso do golpe de Estado.
A manifestação saiu da Funarte, perto da Torre de TV, por volta das 16h20 e terminará na esplanada dos ministérios. A caminhada reuniu um número bem menor de pessoas do que o ato pela impunidade da Avenida Paulista que levou em torno de 24 mil pessoas, segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP) há um mês atrás. Com o julgamento desta semana, já são 21 os golpistas que viraram réus no Supremo, entre eles, Jair Bolsonaro e seu vice, general Braga Neto.
Pesquisa Quaest divulgada em abril mostra que 56% dos brasileiros são contrários ao projeto de impunidade aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Apenas 34% defendem que o grupo seja solto. O restante (10%) não sabia ou não respondeu.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chutou bem para cima e estimou o público presente em 10 mil pessoas. Bolsonaro reclamou que a situação está muito difícil para o lado dele. “O que estamos vivendo no momento é muito triste e doloroso, mas não vamos perder a esperança”, discursou ele. Ele voltou a pressionar o parlamento e livrar os depredadores da própria casa. “Anistia é um ato político e privativo do Parlamento brasileiro. O Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada”, seguiu ele, numa referência ao STF.
Os Bolsonaristas sofreram uma derrota ao não conseguirem convencer os líderes partidários a pautar seu projeto de impunidade na Câmara dos Deputados e disseram que o ato serviria para demonstrar à sociedade que a oposição bolsonarista continua mobilizada para livrar os terroristas da cadeia. O projeto, por sua vez, prevê impunidade para todos os atos passados e futuros ligados aos ataques às sedes dos três Poderes.
Entre os crimes imputados aos denunciados que estão sendo julgados estão a formação de quadrilha, a tentativa de abolição pela força de governo legitimamente eleito e preparação de sequestros e assassinatos de autoridades, entre elas, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um dos slogans mais vistos na caminhada bolsonarista – e que mostra bem que eles não têm nada de patriotas – foi “Faz o E”!, de Elon Musk. Cartazes e camisetas com a cara do oligarca dos EUA e o com o slogan eram usadas pelos participantes. Musk é um magnata bilionário americano que agrediu o Brasil recentemente, tentando manter atividade ilegal no país e burlar a Justiça brasileira. Ele entrou no governo Trump e demitiu milhares de servidores públicos de Saúde e Educação nos EUA. Ele acabou com o Ministério da Educação do país.
O chefe da trama golpista frustrada, Jair Bolsonaro, que pode ser preso a qualquer momento, chegou por volta das 16 horas ao ato em prol dos terroristas, vândalos e depredadores da capital. Eles disseram que a caminhada é “Pacífica pela Anistia Humanitária”. Só que os terroristas que organizaram os atentados do dia 8 também disseram era uma caminhada pacífica. E acabou como o país. Por via das dúvidas, dessa vez o governo do DF tomou providências para defender o patrimônio público.
Os teleguiados de Bolsonaro estão tentando aprovar um projeto para livrar os depredadores de Brasília, mas o que eles querem mesmo é arranjar um jeito de livrar o chefe do golpe, Jair Bolsonaro, que está inelegível e deverá ser preso em breve. O projeto quer impunidade aos grupos fascistas que insuflaram, organizaram e participaram da invasão e da depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Participaram de mais esse ato os bolsonaristas de sempre, só que em número bem menor. Parlamentares deixaram os trabalhos no plenário da Câmara para caminhar em prol dos terroristas se juntaram aos desocupados levados por Malafaia. Valdemar da Costa Neto, o bispo Malafaia, convocador do ato, e Michelle Bolsonaro também estavam presentes.
O bispo Malafaia, que largou a sua igreja de lado para organizar atos por Bolsonaro, afirmou que o que eles querem é que os criminosos não sejam punidos por seus crimes, “O nosso mote, o nosso objetivo, é uma caminhada pacífica em prol da anistia humanitária, que teve a urgência apoiada pela maioria dos deputados. Esse é o nosso tema, que a anistia é um tema de competência do Congresso Nacional”, disse Malafaia.