
Em nota técnica, os geólogos do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense ressaltam que a “exploração de óleo e gás na Margem Equatorial tem potencial para gerar emprego e renda, alavancando o desenvolvimento regional”
Pesquisadores do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF) defendem que a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial Brasileira representa uma oportunidade estratégica para garantir a segurança energética do país e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região.
Em nota técnica divulgada na última quarta-feira (7) e publicada pela site da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), os geólogos afirmam que a atividade pode ser conduzida de forma sustentável, desde que adotadas práticas ambientais rigorosas e tecnologias de mitigação. Neste sentido, eles pontuam que, o Brasil, com sua expertise em exploração em águas profundas, tem todas as condições de atuar na região.

Os geólogos observam que a Margem Equatorial Brasileira possui características geológicas semelhantes às de países vizinhos, como Guiana e Suriname, que já avançaram na exploração offshore de petróleo com resultados expressivos.
“As descobertas na Guiana, por exemplo, estão entre as maiores do mundo da última década, com reservas estimadas em bilhões de barris. O sucesso da exploração nesses países demonstra que é possível realizar operações offshore na Margem Equatorial Brasileira de forma segura, eficiente e com impactos ambientais controláveis. O Brasil, com sua experiência e tecnologia avançada no setor petrolífero, pode seguir um caminho similar, aproveitando os recursos energéticos de forma sustentável”, defendem os pesquisadores da UFF.
“Produzir petróleo na Margem Equatorial é estratégico e sustentável”, dizem os pesquisadores, “de forma segura e sustentável, com transparência e firme compromisso com a proteção ambiental”.
Na nota técnica, os geólogos também desmentem o mito criado por Ongs estrangeiras da existência de Recifes de Corais com vida na região da Bacia da Foz do Amazonas (FZA). Eles explicam que a geomorfologia da Margem Equatorial difere de outras áreas sensíveis, como recifes de coral, já que a pluma do Rio Amazonas limita a formação de ecossistemas carbonáticos. Além disso, a região já possui histórico de exploração em águas rasas desde a década de 1970, sem registros de acidentes ambientais graves.
Com a fronteira exploratória se expandindo para águas mais profundas (cerca de 2.500 metros), os pesquisadores argumentam que os riscos podem ser ainda menores, dada a distância da costa e os avanços tecnológicos.
Desde meados de junho de 2023, a Petrobrás aguarda que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) reavalie sua decisão de negar à estatal a licença necessária para realizar estudos no bloco FZA-M-59, localizado no litoral do Amapá – o bloco com maior potencial entre os 42 situados na Margem Equatorial brasileira.
Os geólogos ressaltam que a “exploração de óleo e gás na Margem Equatorial tem potencial para gerar emprego e renda, alavancando o desenvolvimento regional”. Entre os benefícios apontados está a redução da dependência de combustíveis importados, aumentando a autonomia do Brasil no setor. Além disso, a produção local poderia gerar excedentes para exportação, ampliando a receita nacional, e diversificar as fontes de produção, reduzindo a concentração no pré-sal.