O coronel Carlos Alves, que, em vídeo divulgado por ele mesmo, ofendeu a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, terá que usar tornozeleira, para que a Justiça e a polícia saibam de seus movimentos.
Além disso, por decisão do juiz da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o coronel foi proibido de andar armado, de possuir arma em casa, de viajar à Brasília e de ficar a menos de cinco quilômetros de distância de qualquer ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou do ministro de Segurança Pública, Raul Jungman.
Na mesma decisão, a Justiça autorizou busca e apreensão em sua casa, executada na sexta-feira pela Polícia Federal (PF), que apreendeu computadores e celulares.
O coronel é investigado por difamação, injúria, constrangimento ilegal e ameaça, além dos crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, por ameaças e ofensas contra ministros do TSE e do STF.
No vídeo, Alves dizia:
“Olhe aqui Rosa Weber, eu vou te falar uma coisa aqui, TSE e Supremo Tribunal Federal, primeiro que eu falo mesmo, não tenho medo de vocês, não tenho medo de ninguém, eu já falei uma vez, já falei duas, falo dez mil vezes e hoje eu estou autorizando a dar uma informação pra vocês”.
Alves ameaçou “derrubar” o TSE, se Bolsonaro fosse impugnado por crimes eleitorais, como o financiamento por empresas, via caixa dois, para disparar mensagens no Whatsapp (v. Bolsonaro copia Lula e diz que não tem culpa se pagam sua despesa sem ele saber).
Disse ele que “como eu, outros coronéis, generais, comandantes da Marinha, brigadeiros, almirantes, nós não aceitaremos fraude, Rosa Weber. Se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos derrubar vocês aí, sim, porque aí, acabou”.
O único resultado que ele aceita é a vitória de Bolsonaro.
Alves agrediu a presidente do TSE por ter recebido representantes de partidos que pedem providências contra as fraudes até agora detectadas da campanha de Bolsonaro:
“Esta salafrária, esta corrupta, essa ministra corrupta e incompetente. Se ela fosse uma mulher séria, se ela fosse uma mulher patriótica, se ela não devesse nada pra ninguém, ela nem receberia essa cambada no TSE.”
Agora, com a tornozeleira, o coronel terá mais tempo para pensar – e melhorar sua educação, assim como cultivar algum espírito democrático.
Infelizmente, há poucas esperanças de que isso aconteça.
C.L.