
O eurodeputado Lubos Blaha denuncia pressões de Kaja Kallas contra presença do premiê Robert Fico em Moscou nos 80 Anos da Vitória sobre a Alemanha Nazista e relata que “comemoração” da derrota de Hitler no Parlamento Europeu em Estrasburgo parecia “um funeral”
A chefe da política externa da União Europeia, Kaja Kallas, e outros altos funcionários do bloco são uma “tragédia”, afirmou à RT o eurodeputado Lubos Bhaha, em repúdio às pressões de Bruxelas contra a participação do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico nas comemorações em Moscou dos 80 Anos da Vitória sobre a Alemanha nazista. Eles fingem ser contra o fascismo, enquanto na verdade seguem as tradições nazistas, enfatizou o eurodeputado.
Kallas, ex-primeira-ministra da Estônia, advertiu as autoridades da UE e os países candidatos contra a participação no evento, instando-os, ao invés, a viajar para Kiev. Outras sumidades da UE ameaçaram os que os países candidatos a ingressar no bloco, como a Sérvia, de terem seu status revisado se fossem às celebrações na Rússia.
Para Blaha, as críticas dirigidas a Fico e outros líderes, como o sérvio Aleksandar Vucic, não eram genuinamente sobre o conflito na Ucrânia. “A verdade real é diferente. A verdade é que seu antifascismo é fingido”, disse ele.
FUNERAL EM ESTRASBURGO
Como prova, o eurodeputado se referiu à cerimônia deste ano (em 7 de maio) no Parlamento Europeu supostamente de comemoração da derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. “Foi como um funeral. Todo mundo estava tão triste e, no final, Beethoven estava tocando”, disse Blaha, observando que a mesma música foi usada pelas transmissões da Alemanha após a Batalha de Stalingrado. “Esta é a mesma tradição.”
“Se a União Europeia é governada por pessoas como Kaja Kallas, então é uma tragédia”, acrescentou.
Kallas falou repetida e duramente contra a Rússia, que classifica como o principal adversário da UE, enquanto defende o rearmamento do bloco europeu.
Eles só têm dois temas, ele acrescentou: “rearmar, rearmar e odiar a Rússia. Nada mais. Nenhuma Europa social, nenhuma política social, nenhuma política econômica, nada. Apenas odiar a Rússia. Isso não é política”.
“Tenho vergonha da atitude desses líderes europeus porque, se somos realmente antifascistas, e nós na Eslováquia somos antifascistas, se somos assim, então temos que continuar todas as comemorações sobre [a derrota do] fascismo, e a maior delas é em Moscou”, argumentou.
“Estou muito orgulhoso do meu primeiro-ministro, Robert Fico, e dos meus colegas no Parlamento Europeu, por estarmos aqui e dizermos: ‘ Obrigado, nação russa . Obrigado a todas as nações soviéticas. Obrigado pela nossa libertação”, concluiu.
As ameaças de Kallas aos Estados-membros da UE e países candidatos sobre a participação nas celebrações do Dia da Vitória em Moscou foram repudiadas pelas autoridades russas, que consideraram “chantagem”.
“O euro-nazismo está renascendo diante de nossos olhos”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em resposta às ameaças de Kallas. “Foi assim que os fascistas há 80 anos forçaram aqueles que consideravam ‘pessoas de segunda classe’ a renunciar à sua terra natal, etnia e fé”, escreveu ela no Telegram.
Kallas foi rotulada como uma “russófoba raivosa” pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que tem denunciado que “manifestações de neonazismo na Europa” são “significativas”, pedindo esforços extensivos para combatê-las. Ecoando essas percepções, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev pediu um esforço abrangente de “desnazificação” não apenas na Ucrânia, mas em todo o continente.