
Em ata do Copom, BC afirma que o arrocho monetário já tem contribuído e seguirá contribuindo para frear a economia
Em ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (13), o Banco Central, presidido por Gabriel Galípolo, afirma que manterá “a política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado”.
De acordo com a ata, a decisão do BC de elevar os juros já afeta a economia, gerando desemprego no país e “deve se aprofundar ao longo do tempo, de modo compatível com um cenário de política monetária restritiva”.
Na semana passada, o Banco Central elevou a taxa básica da economia (Selic) em 0,5 ponto percentual, subindo os juros de 14,25% para 14,75% ao ano. Esse foi o sexto aumento consecutivo, desde setembro de 2024, mantendo o Brasil com os juros reais (descontado a inflação) entre os mais elevados do planeta.
Na ata, o Copom segue avaliando que a economia deve seguir embicando para o buraco como parte do processo do arrocho monetário. “O Comitê segue avaliando que o cenário-base prospectivo envolve uma desaceleração da atividade econômica”, diz a ata. “A política monetária significativamente contracionista já tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação de crescimento”.
O BC também ressalta no documento que a “política monetária restritiva já tem tido impactos no mercado de crédito, nas sondagens empresariais, no mercado de câmbio, nos balanços das empresas, assim como na moderação de alguns indicadores de atividade e de mercado de trabalho”, E espera que os efeitos dos aumentos de juros “se aprofundem nos próximos trimestres”.
Para o BC, os brasileiros empregados com carteira assinada, devem perder seus empregos em prol da sua política de levar o país à recessão.
“Outro fator que tem contribuído, ao longo dos últimos anos, para o dinamismo de atividade tem sido o mercado de trabalho. Tanto do ponto de vista de renda, com ganhos reais acima da produtividade, como do emprego, com aumento do nível de ocupação e redução expressiva da taxa de desemprego para níveis historicamente muito baixos”, cita o Copom. “O mercado de trabalho tem dado bastante suporte ao consumo e à renda [… ] A inflexão no mercado de trabalho também é parte do mecanismo de política monetária e deve se aprofundar ao longo do tempo, de modo compatível com um cenário de política monetária restritiva”.
Na ata, ainda, o Copom também proíbe o governo de atuar a favor do crescimento econômico do país e defende a retomada de reformas que retirem mais direitos da população.
“Dada a política fiscal corrente e futura”, o Copom “adotará a condução de política monetária apropriada para a convergência da inflação à meta”, declaram os diretores do BC, ameaçando com novos aumentos de juros a pretexto de combater a inflação. Para o BC, o governo Lula deve se curvar às propostas dos banqueiros “de reformas estruturais e disciplina fiscal”.