
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect) vai recorrer à Justiça contra a suspensão das férias, anunciada pela direção dos Correios.
Na segunda-feira (13), os sindicatos filiados à federação se reuniram com seu corpo jurídico para discutir as medidas cabíveis para impedir que a direção da estatal leve a cabo seu plano de redução de despesas, que só penaliza os trabalhadores e, consequentemente, os serviços prestados à população.
Em 2024, a estatal fechou o ano com déficit de R$ 2,6 bilhões – quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, que foi de R$ 597 milhões. Na tentativa de sair do prejuízo, os Correios anunciaram uma série de medidas que fazem parte de um plano de redução de despesas, entre elas a suspensão das férias.
Essa medida foi anunciada pela empresa por meio do Ofício Circular nº 57665450/2025, referente à fruição das férias no período de 2025, o que deixou os trabalhadores indignados. Segundo o comunicado, a partir de 1º de junho, os trabalhadores não poderão mais usufruir das férias desse período, que só voltariam a ser concedidas a partir de janeiro de 2026.
De acordo com a Findect, “a medida, tomada sem qualquer negociação com os sindicatos, representa um duro golpe na rotina dos trabalhadores dos Correios, muitos dos quais já haviam se organizado para tirar suas férias nos próximos meses”.
“Há casos de passagens compradas, viagens programadas, compromissos familiares e financeiros assumidos, contando com esse período de descanso e com o adicional de férias”, diz a federação.
Segundo a entidade, a ação judicial para assegurar o direito às férias vai se pautar no que reza a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição Federal. “A Findect entende que qualquer alteração que impacte diretamente os direitos da categoria deve ser discutida com responsabilidade e transparência”, afirma a entidade.
A federação pretende incluir na ação jurídica outras medidas previstas no mesmo ofício dos Correios, que integram o novo plano estratégico da empresa de contenção de despesas, como a convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial, entre outras.
Além de notificar oficialmente os Correios sobre a ação judicial, a entidade vai solicitar a instalação de uma mesa de negociação permanente, com a participação das representações sindicais, a fim de garantir que nenhuma mudança seja implementada sem a devida negociação com quem representa os trabalhadores.