
“A gente estava preparado pra isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes”, afirma o policial Wladimir Soares
O agente da Polícia Federal, Wladimir Soares, que participou da tentativa de golpe de Jair Bolsonaro, afirmou em áudio que a quadrilha já estava preparada para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A gente estava preparado pra isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para foder nesse filho da puta”, disse Wladimir em mensagens obtidas pela perícia da PF.
Na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro, a Polícia Federal encontrou o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que foi produzido pelo general Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e levado para o então presidente.
No âmbito do plano, os golpistas monitoraram os “locais de frequência e estadia” de Alexandre de Moraes. O grupo coletou informações sobre “seus itinerários, horários, agenda oficial e pessoal, além do efetivo que o acompanhava e dos veículos utilizados para seu deslocamento”.
O documento também descrevia o pessoal e material necessários para realizar a prisão de Alexandre de Moraes. “As exigências bélicas do plano revelaram o considerável poder destrutivo da organização criminosa, que previa o uso de pistolas, fuzis, metralhadora, lança granada e lançador de foguetes antitanque”, descreveu a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os golpistas realizaram operações de reconhecimento e chegaram a se posicionar próximos à casa de Moraes para prendê-lo, mas o plano foi abortado de última hora.
Em outras gravações encontradas no celular de Wladimir, o agente admite que “a gente tava pronto, só que aí o presidente… Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás. A gente ia com muita vontade, ia empurrar meio mundo de gente, pô, matar meio mundo de gente. Não ia estar nem aí”.
Ele ainda defendeu que Alexandre de Moraes “tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente [de] colocar um diretor da Polícia Federal, né? O Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele, era ali”, disse, referindo-se ao caso ocorrido em 2020.