O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, declarou, na manhã deste sábado, voto em Fernando Haddad, contra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
O ministro, hoje aposentado, que foi relator do caso do chamado “mensalão” no Supremo Tribunal Federal, em que José Dirceu e outros dirigentes do PT foram condenados, escreveu no Twitter:
“Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.”
Barbosa ocupou uma cadeira no Supremo entre 2003 e 2014. Em 2006, assumiu a relatoria da Ação Penal 470 – conhecida como “Mensalão” – e aceitou a denúncia de 38 membros do PT, PTB, PMDB e outros partidos.
O ex-ministro também foi relator do chamado “mensalão tucano”, votando a favor da denúncia contra o ex-senador do PSDB Eduardo Azeredo. O ex-senador respondeu pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro durante a sua campanha de reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.
Após a publicação de Joaquim Barbosa, o candidato do PSL, Bolsonaro, reagiu à declaração: “Em suas redes sociais, Joaquim Barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravemente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo”, afirmou o candidato.
Joaquim Barbosa respondeu:
“Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral. Até a data de hoje eu ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos. Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação.
“A manipulação foi reiterada em resposta ao exercício, por mim, da liberdade de dizer em quem vou votar amanhã.
“Desde 2014 jamais emiti opinião sobre a conhecida Ação Penal 470. Mudei de atividade profissional. Virei a página. Mas vou esclarecer às pessoas sem conhecimento técnico o seguinte: a AP 470 envolvia sobretudo líderes e presidentes de partidos.
“Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí”.